“É Mesmo uma Boa Nova”
Padre Pedro e editor Jorge Pires Ferreira |
A beleza da densidade de uma vida
Na apresentação do livro do padre Pedro José, “É Mesmo uma Boa Nova”, que teve lugar no salão Mãe do Redentor, na Gafanha da Nazaré, na sexta-feira, pelas 21.30 horas, o nosso prior, padre Francisco Melo, louva «o homem, o cristão e presbítero que em boa hora decidiu compilar os escritos e estudos que foi fazendo durante nove anos de serviço nas paróquias de Mata Roma e Chapadinha, no Brasil. Com a publicação desta obra, podemos agora «aproveitar a profundidade das suas partilhas e saborear a beleza da densidade de uma vida», referiu o padre Francisco,
Ao agradecer tudo quanto o padre Pedro nos tem dado, o nosso prior salienta a densidade e simplicidade da sua vida, mas ainda «o seu silêncio tantas vezes eloquente, que nos faz sentir a grandeza do que somos». E citando o autor, acrescenta: «Procuro a densidade porque a intensidade não me permite o pensar reflexivo (…) Amar é difícil. Perdoar é um modo de sacrifício incruento. Viver é mais do que existir.»
Na hora dos autógrafos |
Jorge Pires Ferreira, diretor-adjunto do Correio do Vouga e responsável pela editora Tempo Novo da Diocese de Aveiro, pouco conhecida porque a obra do padre Pedro José foi a primeira que publicou, frisa que foi «com uma alegria imensa que fez este livro», que apenas pôde incluir um terço dos textos inicialmente previstos pelo autor.
Jorge Ferreira adianta que “É Mesmo uma Boa Nova” inclui escritos, estudos e vivências de um padre no Brasil, cujos textos são «para ser lidos, aos poucos», tendo destacado que o autor «é uma pessoa que lê muito e que está a par do que dizem os filósofos, teólogos e intelectuais». Refere que se trata de um trabalho «interessante que enriquece as relações entre fé e cultura» e que a obra ora publicada valoriza «generosidades, vivências de textos feitos noite dentro sobre a amizade, a dor, o amor, a vida e a morte, partilhados em homilias e no seu blogue (http://pedrojosemyblog.wordpress.com/).
O padre Pedro José explica que escreve sobre tudo, como aconteceu recentemente quando abordou o problema do vírus Ébola, adiantando que no Brasil chegou a ter problemas pela frontalidade com que aborda questões que afetam a sociedade. Nunca, porém, se sentiu perseguido, mas «algumas pessoas deixaram de lhe falar». Afirma que este é o primeiro livro publicado, mas garante que tem outro na gaveta, sobre o humor teológico. Ainda não viu a luz do dia, embora reconheça que, «de facto, tem mais interesse do que este». Não foi editado porque, ao pedir parecer a um teólogo brasileiro, este lhe terá dito que «lhe faltava um fio condutor», que, julgamos, estará em vias de o encontrar. Como promessa, afirma ter em mente escrever um outro sobre a Santíssima Trindade.
A apresentação de “É Mesmo uma Boa Nova” saiu enriquecida com a leitura de dois textos do livro e com um momento musical a cargo do grupo Maresia (ver entrevista no Timoneiro deste mês), que interpretou temas originais dos seus dois CD já publicados.
Fernando Martins