Apesar dos tempos difíceis que atravessamos, com as dificuldades económicas a atingirem o record, o desemprego que não pára de crescer, a colocação dos professores se ter transformado no calcanhar de Aquiles deste governo, nomeadamente da tutela da educação, a comemoração do Halloe’en aí está e bem visível em todos os cantos e esquinas. É destas que as bruxas, os fantasmas, os zombies vivem e fazem delas o seu palco de atuação. Já na minha infância se colocavam as abóboras esculpidas nos cruzamentos dos caminhos rurais, dada a sua ligação com o sobrenatural e o fantasmagórico.
Sim, de facto o país está mergulhado num mar de problemas, mas ainda assim não conseguiu afogar o espírito folião dos portugueses que aderem em massa ao que é importado dos países anglo-saxónicos e cedem ao apelo do comércio que vende toda a espécie de artefactos relativos ao dia.
Nos locais públicos frequentados pela juventude e não só, é ver as decorações alusivas à efeméride, no intuito de atrair uma generosa clientela. Aqui, na nossa Gafanha da Encarnação, temos até um local muito pitoresco junto à ria, onde antigamente foi o ancoradouro de moliceiros que faziam o transporte de passageiros entre a Gafanha e a Costa Nova. É na Mota que existe a Bruxa, um café típico, antigamente ponto de encontro de pescadores e amigos.
Da minha rápida passagem por lá, hoje, deu para observar a decoração com teias de aranha, bruxinhas e outros elementos sugestivos, para criarem o ambiente.
Para manter a tradição e conquistar a adesão das criancinhas, também a teacher alinhou na comemoração, na preparação da abóbora lanterna (Jack o’ Lantern) e até comprou guloseimas para entrar no jogo. A flexibilidade/juventude de espírito já referidas em outras ocasiões, tão necessárias numa boa relação pedagógica. Os doces... serão dados em troca da recitação da lengalenga: “Trick or treat smell my feet, give me something good to eat!” O uso/prática/treino da língua inglesa... sempre como objetivo primordial de toda e qualquer atividade lúdica! A teacher é uma interesseira!
E... se “tristezas não pagam dívidas”, como diz o povo, vamos lá divertir-nos um pouco e esquecer as amarguras deste país, ainda que por breves instantes. Não é isso mesmo que os nossos governantes desejam?
31.10.2014
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