Ser cristão implica ter Deus na vida
Santuário Diocesano de Schoenstatt |
Participei, no sábado, 18 de outubro, na eucaristia celebrativa do centenário da fundação do Movimento de Schoenstatt, que nasceu em 1914, por inspiração do Padre José Kentenich. Presidiu o nosso bispo, D. António Moiteiro, que, à homilia, sublinhou a importância de todos fazermos «uma experiência da presença de Deus na vida». O salão de Schoenstatt estava repleto de fiéis, schoenstattianos, envolvidos nos mais diversos grupos de espiritualidade, mas ainda peregrinos e amigos do Movimento.
D. António Moiteiro recordou, com muita oportunidade, as graças que podem e devem ser recebidas no Santuário Diocesano de Aveiro, réplica do original e, por isso, igual a muitos outros espalhados pelo mundo, graças que se consubstanciam no Acolhimento, na Transformação Interior e na Missão Apostólica. «É esta tríplice graça que vai dar vida a todas as obras e a todos os movimentos que nascem deste carisma», frisou o nosso bispo.
O Bispo de Aveiro evocou as dificuldades por que passou o Fundador, que o levaram a experimentar que, «sem Deus, não podemos fazer nada». O lema “Nada sem Ti; nada sem nós”, bem conhecido de todos quantos visitam o Santuário de Schoenstatt, foi ponto de partida para D. António afirmar que ele «se insere no mandamento do amor de Jesus Cristo». E disse: «Amar a Deus com todo o coração e com toda a alma (…), mas também amar o próximo com todas as nossas energias.»
Salientou, noutra passagem da sua homilia, que, «quando fazemos a experiência de Deus, não podemos ficar iguais», sendo urgente manter «a presença do outro na nossa vida». O cristão não pode ter Deus como objeto da sua vida, referiu, e sublinhou: «Não somos nós que vamos a Deus, mas é Deus que vem primeiro a nós.»
O nosso bispo considerou que «a Aliança de Amor não é apenas uma aliança com o outro; é fazer do outro eu próprio; que o outro seja eu; é fazer a experiência do amor».
Momento comovente, para os schoenstattianos e provavelmente para todos os presentes, foi a leitura da mensagem do Papa Francisco, com a sua bênção, dirigida «Às Irmãs e aos Irmãos do Movimento de Schoenstatt». «A graça de Deus necessita somente de uma única pessoa para realizar grandes coisas na Igreja e no mundo. Isto nos ensina a história do modesto Santuário mariano de Schoenstatt que deu nome a um Movimento de espiritualidade difundido no mundo inteiro. Há cem anos, a 18 de outubro de 1914, na capela do cemitério de Schoenstatt, o jovem padre pallotino José Kentenich apresentou aos seus alunos um plano ousado: Através de oração, sacrifícios e aspiração à santidade o pequeno grupo queria mover Nossa Senhora a tornar a simples capela num lugar de graças. Eles selaram a Aliança de Amor com Maria, escolhendo-A como sua Mãe e Educadora. Essa Aliança dos homens com Maria foi levada pelo tempo fora como uma estafeta. Todos os que selam essa Aliança, declaram-se dispostos a empenhar-se com todas as suas forças pela causa de Deus e, à luz da fé, configurar juntos o futuro», diz a mensagem do Papa Francisco.
Fernando Martins