O evangelizador não se pode
apresentar com cara de enterro
D. António Moiteiro esteve ontem, terça-feira, pelas 21 horas, no salão de Schoenstatt, para se encontrar com o clero e agentes pastorais do arciprestado de Ílhavo, tendo marcado presença todas as paróquias: S. Salvador, Gafanha da Nazaré, Gafanha da Encarnação, Gafanha do Carmo, Barra e Costa Nova. O objetivo assentava na preparação do novo projeto pastoral para a diocese e paróquias, na linha da Missão Jubilar e tendo como ponto de partida e inspiração a exortação apostólica a Alegria do Evangelho, do Papa Francisco.
O Bispo de Aveiro, que aproveitou estes encontros para conhecer e se dar a conhecer ao Povo de Deus que lhe foi confiado, considerou as Bem-aventuranças como atitudes fundamentais para percorrermos os caminhos do ser discípulo, assumindo a proposta de Cristo de sermos «sal da terra e luz do mundo». Assim, temos de ser «cristão para os outros», testemunhando na vida os dons e os frutos do Espírito Santo.
Analisando os cinco capítulos da exortação apostólica do Papa, referiu que o Evangelho é Boa Nova e que por isso deve ser vivido e testemunhado com alegria, frisando que «o evangelizador não pode apresentar-se com cara de enterro». Aliás, D. António disse que «a alegria é fruto do Espírito».
D. António Moiteiro denunciou que se vive muito «uma pastoral de engorda, para consumo interno, e não para os outros», pelo que é urgente implementar a «transformação missionária da Igreja», apostando numa Igreja «em saída…», com recomenda o Papa Francisco. Citando a exortação, não deixou de condenar a «economia da exclusão e a idolatria do dinheiro», mas ainda falou do ardor missionário que tem de animar pastorais que se projetem em toda a gente, porque o mandato de Jesus foi claro e imperativo: «Ide, pois, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo».
O Bispo de Aveiro disse que as «desigualdades sociais geram violência» e que, «entre Deus e o dinheiro o primeiro é o dinheiro», nas sociedades atuais. Também adiantou que precisamos de estar atentos aos desafios da inculturação da fé, das culturas urbanas, da presença da mulher na Igreja, da pastoral juvenil, das vocações sacerdotais e de vida consagrada.
Na parte final da sua intervenção, D. António Moiteiro afirmou que é preciso organizar o primeiro anúncio da Boa Nova, sendo este «um grande desafio para a Europa», enquanto considerou importantíssimo apostar na «inclusão social dos pobres», tendo em conta o «bem comum e o diálogo».
O segundo encontro arciprestal vai realizar-se no mesmo local e à mesma hora, na próxima quinta-feira.
Fernando Martins