Para começar em beleza, foi muito agradável o voo na Emirates, até ao Dubai, onde a conversação com um jovem angolano, nascido no fervor pós-revolucionário, em 1975, animou e encurtou o tempo da viagem, de quase oito horas. Quando inquirido sobre o nome, respondeu para grande espanto meu, que se chamava Lenine! Com 38 anos de idade tinha já uma experiência de vida muito vasta e marcada pelas atribulações de um país emergente duma guerra colonial sangrenta e fratricida. Falou com entusiasmo e nostalgia dos seus tempos de infância, passados em Angola.
A conversa fluiu durante quase todo o voo, a partir da ajuda que me deu, para colocar a bagagem de mão num nível superior a que a minha baixa estatura não me dava acesso.
O que mais me cativou neste meu interlocutor foi o seu sentido de gratidão para com a madrinha que o criara e a quem ele reconhecia o papel de mãe. Ia visitá-la. A pulseira de ouro que iria comprar-lhe ali, no tax free shopping, seria a prova material do seu agradecimento.
Fizemos escala no aeroporto do Dubai, sentimos o fausto e o glamour dum país de sonho, onde um Porshe era exibido para sorteio, aos compradores que atingissem determinado montante de compras. Ainda pensei candidatar-me (!?), incentivada pelo Lenine na compra de um anel de brilhantes!
Prosseguimos viagem até Banguecoque, uma das cidades mais impressionantes do mundo, conhecida como “A Cidade dos Anjos”.
Rio Chao Chopra |
Banguecoque estava situada, no centro do reino de Sião, sofrendo grande modernização durante o século XIX, quando o país enfrentou pressões do Ocidente. A cidade foi palco de lutas políticas ao longo do século XX, entre as quais as revoltas em que o país aboliu a monarquia absoluta. Cresceu rapidamente entre 1960 e 1980 e agora exerce um impacto significativo na política, economia, educação, meios de comunicação e sociedade moderna da Tailândia e do Sudeste asiático.
O nosso primeiro contacto com a cidade foi num passeio de barco no rio Chao Praya um dos grandes rios da Tailândia, com a sua planície aluvial, uma autêntica autoestrada fluvial. A visita a Thonburi, na parte ocidental de Banguecoque, permitiu-nos observar os seus inúmeros canais, que lhe granjearam o nome de “Veneza do Leste”.
No Dubai |
Visitámos o Museu dos Barcos Reais, situado nas margens desses canais de Banguecoque, chamados Klong. Este museu apresenta coleções magníficas, uma herança cultural da Tailândia que data do século XIII. Transportaram os maiores reis tailandeses nas famosas procissões reais. Alguns têm mais de 40 metros de comprimento e requerem várias dezenas de remadores. Ostentam figuras de proa grandiosas, decoradas profusamente com cabeças de dragão e vestidas com cores resplandecentes.
Começámos a sentir na pele o efeito das temperaturas tórridas da Tailândia!