Crónica de Viagem de Maria Donzília Almeida
7 de agosto – 5.ª feira
Já em Chiang Mai, saímos para a visita a um dos templos mais sagrados do norte, na montanha de Doi Suthep. Tem 1676 m de altura e é um pico gémeo de montanha granítica de Chiang Mai ocidental. O outro pico é conhecido como Doi Pui e é ligeiramente mais alto, 1685.
Acabada a visita a mais um templo budista, onde o espírito se eleva nas alturas, partimos para um verdadeiro paraíso terrestre…especialmente para as senhoras que integravam esta excursão - Quinta das Orquídeas- as flores mais típicas da Tailândia, símbolo do país. Aqui, sim, foi um espetáculo de luz e cor, com tudo o que se pode imaginar sobre tão apreciada quanto exótica cultura. Desde os preparativos para a plantação e tratamento das flores, os materiais a utilizar, os processos de envasamento e proliferação, tudo aí era apresentado ao turista e apreciador desta espécie. Visitámos os longos corredores de orquídeas que aqui não precisam de estufa. O meio ambiente natural proporciona a estas flores raras, a temperatura, a humidade, na dose certa das suas necessidades. O clima tropical da Tailândia é o céu aberto a criar vida e beleza deslumbrante. Nunca até agora tinha deparado com toda esta exuberância de plantas e tanta diversidade. Foi colírio para os olhos cansados de noites mal dormidas e ávidos de tranquilidade.
Após a contemplação, ali estava a lojinha da quinta a satisfazer os turistas do seu desejo de requinte! Havia toda a espécie de artefactos feitos com a inspiração das orquídeas. Fios do pescoço, com orquídeas das mais variadas cores, para oferecer de presente, encheram os olhos e as bolsas dos visitantes.
O almoço nesta moldura de verde e fragrância foi a apoteose dos sentidos! Dava vontade de louvar o Criador... seja ele o Buda para os tailandeses ou o Cristo para nós, ocidentais, por tanta beleza que Ele fez, ali materializada na exposição das orquídeas. Também integrava o grupo uma Orquídea de carne e osso, que se deve ter sentido no Nirvana, cá destas paragens.
Após um opíparo repasto, fomos visitar o bairro dos artesãos, onde vimos ser confecionada toda uma panóplia de artigos: sombrinhas pintadas, leques, outras bugigangas, à mistura com sedas, pedras ornamentais, e um mundo de coisas que só a paciência e a imaginação tailandesas podem criar.
O dia acabou em beleza com um jantar Tradicional Kantoke, típico da região norte do país, que constou de danças folclóricas e cantares das tribos locais.
A sensação com que se fica: é bom estar de férias! Valeu um ano de trabalho árduo para se ter, no fim, esta recompensa. Só lamento uma pequena, grande coisa: nem toda a gente ter direito a férias! Primeiro e mais importante que tudo é ter-se direito ao trabalho! E... onde existe ele para todos os portugueses?