Simone de Beauvoir
(1908-1986)
M.ª Donzília Almeida
Hoje, o Google homenageia Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir, a famosa escritora e filósofa francesa, que completaria hoje 106 anos de idade. Mais conhecida por Simone de Beauvoir, nasceu a 9 de janeiro de 1908, em Paris, tendo falecido a 14 de abril de 1986. Foi companheira de Jean-Paul Sartre, outro nome marcante da filosofia e da cultura francesa.
Ligada ao existencialismo, Simone bateu-se pela emancipação da mulher. É-lhe atribuída uma das principais frases do movimento feminista: “Não se nasce mulher, torna-se mulher.” Esta não tem um destino biológico, ela é condicionada por uma cultura que define o seu papel na sociedade. As mulheres, durante muito tempo, ficaram circunscritas ao papel de mãe e esposa, restando-lhes apenas, a opção do convento. Simone rompe com esse determinismo e com os padrões sociais da sua época. Escreveu romances, monografias sobre filosofia, política, sociedade, ensaios, biografias e uma autobiografia.
Entre os seus romances mais conhecidos, destacam-se os títulos: “A Convidada”, “O sangue dos outros” e os “Os mandarins”. Este último consagrado com o Prémio Goncourt e considerado a sua obra-prima.
Das suas obras autobiográficas destaca-se “Memórias de uma moça bem-comportada”, onde fala sobre a sua amiga de infância Elizabeth Mabille “Zaza”, que morreu precocemente e faz uma crítica aos valores burgueses, nos quais foi criada.
Outro trabalho que marca a sua história é o ensaio “O segundo sexo”, de 1949, no qual faz uma análise sobre o papel das mulheres na sociedade.
Oriunda da alta burguesia francesa, Simone era a mais velha de duas filhas. Com a falência da família e, por considerar que as filhas não conseguiriam bons casamentos, por falta de dote, George de Beauvoir, advogado de profissão, tinha a visão que somente o sucesso académico poderia livrar as filhas da pobreza. Simone de Beauvoir teve maior poder de escolha que muitas mulheres da sua época. A educação e aquisição de um grau académico superior são, ainda hoje, meios de tornar mulheres mais independentes, rompendo com os padrões da sua época e libertando-as do jugo dos maridos!”.
Simone de Beauvoir foi uma figura marcante, na luta pela libertação da mulher e a bandeira para os movimentos feministas, um pouco por todo mundo. Nela beberam a inspiração as feministas americanas, que mum excesso de zelo nas suas lutas reivindicativas, quiseram até mudar o nome à História. Assim, em inglês, passaria a dizer-se Herstory, em vez do “arcaísmo”... History! A sociedade americana sempre vocacionada para os excessos!
09.01.2014