Por força da lei, que limita a três mandatos seguidos, na mesma autarquia, a possibilidade de os presidentes da câmara e da junta de freguesia exercerem essas funções, Ílhavo e Gafanha da Nazaré, no que a nós diz respeito, iniciaram um novo ciclo, com o PSD a liderar. Fernando Caçoilo, na Câmara Municipal de Ílhavo (CMI), e Carlos Rocha, na Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré (JFGN), apostam na continuidade, enriquecida, porventura, pelas suas próprias personalidades e pelas contingências da crise económica, social e política sentidas por todos os portugueses. São novos autarcas para novos desafios.
As cerimónias de tomada de posse decorreram nos salões nobres da CMI e da JFGN, em 26 e 16 de outubro, respetivamente, tendo sido participadas por muitos eleitores e amigos dos empossados. Desejo aos novos autarcas os maiores sucessos, para bem do nosso povo.
Textos de Fernando Martins
Fernando Caçoilo: Obras e ações
serão sempre para as pessoas
Fernando Caçoilo |
Ao assumir o compromisso de governar o Município de Ílhavo «com serenidade e seriedade, com firmeza e respeito», mas também «no caminho do diálogo democrático» e «sem fugir às responsabilidades de decidir», Fernando Caçoilo, o novo presidente da CMI, garantiu a «continuidade de um trabalho que vem sendo executado ao longo dos últimos anos». E prometeu que, com a sua equipa, prosseguirá no mesmo azimute, ou seja, tendo em atenção que «o princípio e o fim da gestão do município são os seus cidadãos, as pessoas em concreto em todas as suas circunstâncias. As obras e as ações sempre foram, e serão sempre, para as pessoas».
Depois de evocar os sonhos do 25 de Abril, que nos conduziriam a um «Portugal melhor, que fosse ao mesmo tempo democrático, desenvolvido, livre e justo», o autarca ilhavense afirmou que, passados quase 40 anos, percorremos um percurso de «mudanças políticas e sociais, dificuldades, vidas difíceis, pressões inflacionárias, fundos europeus, anos dourados, crescimento, progresso, deslumbramento, encantamento, deceções», até à chegada de «um “monstro” de uma divida externa excessiva, que não soubemos gerir e controlar».
Fernando Caçoilo reconheceu que «o País gastou demais», sobrevivendo do «sufoco e da dependência de outros», mantendo-se presentemente «sem estratégia nacional» e afastado cada vez mais «dos nossos parceiros da União Europeia». Está agora, sublinhou, «indefeso perante os novos desafios da economia aberta e do mundo globalizado», ao mesmo tempo que se mostra «entorpecido por uma crescente falta de confiança».
Contudo, o novo Presidente da CMI acredita que os jovens e as pessoas da sua geração, que «aprenderam o valor da liberdade, da democracia e da confiança», não têm dúvidas de «que estes valores não estão em causa», pois «são uma conquista sólida e definitiva».
O autarca ilhavense prometeu continuar «a aproveitar a riqueza do notável património da nossa história marinheira e o reconhecido gosto dos ilhavenses pela arte, teatro, poesia e literatura», que «justificam uma renovada aposta na continuada valorização da história e cultura das gentes de Ílhavo, tendo o Museu Marítimo como a principal referência e o Festival do Bacalhau como bandeira, na promoção e conservação do património cultural de um Município que tem “O Mar por tradição” e é a “Capital Portuguesa do Bacalhau”». Ainda defendeu a «valorização das nossas praias da Barra e Costa Nova», integradas na qualificação da Ria de Aveiro, o que definiu como «âncora prioritária na aposta do desenvolvimento turístico do Município, tal como o é a Vista Alegre».
Carlos Rocha está atento
às populações em dificuldade
Carlos Rocha |
Depois de agradecer a presença de todos na sessão, que traduz «satisfação, respeito e responsabilidade» pelos compromissos que os empossados assumem perante as populações da Gafanha da Nazaré e do Concelho de Ílhavo, Carlos Rocha garantiu que está disposto, com a sua equipa, na qual se integra o CDS/PP, a dar o seu melhor em proveito da nossa terra. Logo adiantou que «a utopia de tudo prometer, sem critério, sem conhecimento e sem a noção de verdade que é preciso transmitir aos cidadãos, leva por vezes a que as decisões que estes têm que tomar em consciência possam ser dificultadas». E afirmou: «A minha equipa e eu trabalharemos dentro das condições de que dispomos, até ao limite das nossas forças, em prol desta grande terra que é a nossa Gafanha da Nazaré, sempre com verdade.»
O novo presidente da JFGN esclareceu que «neste processo, não poderemos deixar de lado a Equipa da CMI, que, liderada pelo Eng.º Fernando Caçoilo, terá seguramente um olhar diferente para com a Gafanha da Nazaré».
Carlos Rocha garantiu que nos cabe agora «reivindicar tudo o que já vínhamos reivindicando e fazer cumprir o que foi inscrito no programa eleitoral do PSD para a nossa freguesia», sem se pretender com isto «o prejuízo de outros», mas também sem aceitarmos ser «votados ao esquecimento». E frisou que «a execução de ações menores», apesar de importantes, «são insuficientes para o que é exigível para esta área do concelho».
Referindo-se ao espaço de manobra, que considerou curto, sublinhou que os autarcas da JFGN têm a convicção profunda de que, «com determinação, diálogo e ação», será possível «chegar aos objetivos a que nos comprometemos com a nossa população».
Como linhas programáticas mais relevantes, Carlos Rocha defendeu o saneamento, fundamental para a freguesia e já em curso, e as nossas escolas, pois nelas reside «a consciência futura da formação de melhores e mais habilitados cidadãos». Lembrou a importância do desporto e da cultura, como essenciais no apoio à formação dos jovens, e não esqueceu os mais idosos, que poderão contar com «um acompanhamento ainda mais próximo».
O presidente da autarquia salientou a premência de se prestar uma especial atenção às populações em dificuldade. «Serão para nós preocupação diária, trabalhando de perto com as diferentes instituições que têm maior especificidade nestas áreas de atuação na freguesia e no concelho», disse.
Nota: Só agora publico estes textos por dificuldades da minha agenda