Contributo dos mais pobres
na humanização da sociedade
D. António Francisco, João César das Neves e Georgino Rocha |
“Muitos dos que fazem diálogo com o mundo ficam no mundo. O Pe. Georgino Rocha vai ao mundo, mas leva-o até Cristo”, afirmou João César das Neves na apresentação do livro “Humanizar a sociedade”, que decorreu na tarde de 30 de outubro, na Universidade de Aveiro.
De acordo com a apresentação de João Cesar das Neves, o livro é uma “coletânea de textos”, sobre temas como comunicação, família, valores, terceira idade, ciganos e prisões, à qual o autor deu “coerência”, constituindo a própria obra “um ato de doutrina social da Igreja”, pois parte de várias histórias e casos humanos para chegar à paixão de Cristo, que tudo ilumina.
De entre os seis grandes temas do livro, o professor de Economia da Universidade Católica Portuguesa realçou a parte dedicada aos idosos, em que, inclusive, se aborda “a violência religiosa sobre o idoso”. “Destaca-se a mais-valia das pessoas idosas. Não temos a choraminguice da maior parte da análise sobre o envelhecimento. Não faz queixas, lamentos; mostra caminhos”, disse.
O livro de Georgino Rocha, padre da diocese de Aveiro, doutorado em pastoral, tem como titulo completo “Humanizar a sociedade - Responsabilidade de todos; contributo dos mais vulneráveis. Ensaios, propostas e testemunhos”, e é publicado pela Editorial Cáritas (315 páginas).
Nas breves palavras que dirigiu aos presentes no auditório da livraria da Universidade de Aveiro, o autor disse ter assinado o prefácio do livro no dia 13 de março de 2013, dia da eleição do Papa Francisco, sentindo que a sua obra está em sintonia com a imagem da Igreja que Francisco viria a usar na entrevista que deu às revistas dos jesuítas. “Vejo a Igreja como um hospital de guerra depois de uma batalha. É inútil perguntar a um ferido grave se tem o colesterol ou o açúcar altos. Devem curar-se as suas feridas”, afirmou o Papa Francisco em agosto. Este “afeto maternal” no serviço da Igreja ao mundo foi igualmente sublinhado por D. António Francisco, na conclusão da sessão. O bispo de Aveiro acrescentou que o livro “ajuda a pensar”, “ajuda a servir, a repartir e a multiplicar”.
No início da apresentação desta obra, Eugénio Fonseca manifestou “grande estima pelo autor” e revelou que, desde que a editora foi reativada, há um ano, foram publicados 12 títulos. A editora, segundo o presidente da Cáritas Portuguesa, prossegue fins sociais. “Não é uma editorial para vender livros ou para dar sustentabilidade financeira à Cáritas, mas para que seja agente transformadora da sociedade. Só publicamos livros que contribuam para a missão da Cáritas e de temas que se insiram na missão mais abrangente da Igreja”, disse.
A sessão foi coorganizada pela Cáritas Portuguesa e pela Cáritas Diocesana de Aveiro e contou um momento musical, a abrir, protagonizado por um quarteto de metais formado por alunos de música da Universidade de Aveiro.
Texto e fotografia de:
Jorge Pires Ferreira
Correio do Vouga