sábado, 15 de junho de 2013

O AMOR


O AMOR PERDOA E GERA VIDA NOVA

Papa Francisco


«Como o Papa Francisco, na sua catequese sobre o Povo de Deus a 12 Julho 2013 somos convidados a rezar: “Que a Igreja «seja lugar da misericórdia e da esperança de Deus, onde cada um se possa sentir acolhido, amado, perdoado, encorajado”. Mas, como é óbvio, “a Igreja deve estar com as portas abertas, para que todos possam entrar. E nós devemos sair por aquelas portas para anunciar o Evangelho”.»

Georgino Rocha



Jesus aceita o convite para tomar uma refeição em casa de um fariseu, um cultor da lei. Entra e senta-se no seu lugar à mesa. E ocorre o inesperado que vai provocar o ensinamento sobre o amor que perdoa e gera vida nova.
O episódio, segundo Lucas, faz parte da missão de Jesus na região da Galileia, nas imediações do Mar de Tiberíades. Situa-se na fase do anúncio e da concretização do programa messiânico: apresentar e realizar a novidade de Deus em relação às pessoas e às situações de vida ou seja a atenção aos pobres, a libertação dos oprimidos, a inclusão dos marginalizados, a misericórdia e perdão de todas as ofensas/dívidas, o tempo de graça para todos. Programa que contrasta radicalmente com a mentalidade reinante: a salvação exclusiva para os judeus piedosos, a observância meticulosa das leis, a exclusão dos pecadores e dos estranhos.

Jesus aproveita a circunstância para afirmar esta novidade. Fá-lo por palavras e acções. E ilustra-o com uma excelente parábola. O centro da narrativa é: na refeição a mulher pecadora e na parábola o credor generoso que perdoa aos devedores. Os interlocutores principais são: Jesus e Simão, o fariseu anfitrião. Os convivas, quais testemunhas qualificadas, que admiram o que vêem e se interrogame sobre quem será aquele que até perdoa pecados.

A admiração dos convivas é expressão da novidade ocorrida: Um homem a perdoar pecados, uma mulher notoriamente “indigna” a ser reconhecida na sua dignidade, um banquete de comensais sem descriminação, uma sentença assertiva de libertação: “Os teus pecados estão perdoados. A tua fé te salvou. Vai e em paz”.
A mulher anónima realiza gestos de gratidão pelo perdão recebido: perfume derramado em unção, prostração aos pés de Jesus, choro de lágrimas de arrependimento, limpeza dos pés andantes de Jesus, beijos de admiração e ternura; gestos que contrastam com a atitude de Simão, o fariseu. E Jesus confronta-o directamente a fim de descobrir a novidade do amor que perdoa, da misericórdia que supera qualquer sacrifício, do perdão que cura todo o pecado. A parábola vem reforçar este ensinamento. O confronto no diálogo e a aprovação do juízo sobre a atitude do credor na parábola evidenciam como é mais fácil saber o que os outros devem fazer do que sermos coerentes e adoptarmos as práticas correspondentes.

O programa iniciado por Jesus na zona de Tiberíades continua, hoje, a ser anunciado e vivido por tantos voluntários que, solidários com as “sobras” da sociedade e das igrejas, se dedicam generosamente ao serviço de os re-situar de acordo com a dignidade comum a todos e com as capacidades/limitações de cada um; pelas comunidades cristãs que sabem acolher, acompanhar, celebrar, irradiar o amor benevolente de Deus.
Como o Papa Francisco, na sua catequese sobre o Povo de Deus a 12 Julho 2013 somos convidados a rezar: “Que a Igreja «seja lugar da misericórdia e da esperança de Deus, onde cada um se possa sentir acolhido, amado, perdoado, encorajado”. Mas, como é óbvio, “a Igreja deve estar com as portas abertas, para que todos possam entrar. E nós devemos sair por aquelas portas para anunciar o Evangelho”.
A medida do perdão é o amor sem medida. Mostra-o Jesus de forma eloquente. Deus perdoa não pelas nossas obras, mas pela sua grande misericórdia. As obras são resposta coerente e reconhecida. E dão testemunho do perdão recebido numa vida em paz.

Georgino Rocha

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