segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O Dia das Línguas: 1 de fevereiro

Os amigos sempre presentes
Contrariando a voz da reação que numa afirmação, tão polémica quanto insensata, disse que “Os professores são os inúteis mais bem pagos do país...”, a nossa escola inaugurou o segundo mês do calendário, com a atividade “O Dia das Línguas”. 
Só para relembrar os mais esquecidos, a citação, em epígrafe, foi atribuída ao (in)digno filho da poetisa que muito prezo, Sofia de Mello Breyner Andresen – Miguel de Sousa Tavares. De tão contestada que foi e geradora de total repúdio da classe docente, empurrou o seu autor para um desmentido público, que não se sabe se teve ou não fundamento. 
Aquilo que vale a pena e quero, aqui, referir é o empenho, a abrangência e a entrega incondicional duma classe, que tem vindo a perder prestígio e reconhecimento, quando não a ser crucificada, por parte da grande massa da população portuguesa, para a qual trabalha. 
Vem isto a propósito da atividade pedagógica, levada a cabo, na Escola Básica, 2.º e 3.º Ciclos da Gafanha da Encarnação e que envolveu o esforço de muitos professores. 
O Dia das Línguas foi uma prova inequívoca das múltiplas facetas de um professor, cuja atividade não se confina ao restrito e fechado espaço da sala de aula.




O chá à espera
Neste dia, houve uma mostra gastronómica (!?), humilde e sem pretensões de ganhar qualquer prémio no setor da restauração, mas que proporcionou à comunidade escolar uma partilha de saberes e sabores, passe o lugar-comum! Das quatro línguas cá ministradas, Português, Inglês, Francês e Espanhol, houve a apresentação de acepipes variados, tradicionais e originários de cada país. A língua da Frau Merkl teve, por cá, a sua existência efémera, mas não conseguiu assentar arraiais, apesar do número elevado de emigrantes portugueses com ligação à Alemanha. 
Desta vez, coube-me a honra de colaborar com as iguarias portuguesas e fiz publicidade, não enganosa, que não convém neste contexto, ao que de melhor se produz por terras da Encarnação: o chouriço caseiro, do talho Bolita, igualzinho ao que a minha mãe fazia, quando se matava o porco e a deliciosa e fofinha broa da padaria “Estrela da Nazaré”, que por ironia do destino, fica na fronteira entre a Gafanha da Encarnação e a Gafanha do Carmo! Traz à memória, a velha história da pata que pôs o ovo na fronteira entre Portugal e Espanha. De quem é o ovo? Neste contexto preciso, não se põe a questão, já que eu reivindico, com unhas e dentes a pertença da “Estrela da Nazaré”, à vila da Gafanha da Encarnação! 
Lado a lado e numa convivência pacífica, foram apresentados: os famosos scones ingleses, as madeleines, os profiteroles e os queijinhos franceses, e ainda o torrão de Alicante, representando a nossa vizinha Espanha. 
Como elemento aglutinador entre todos os intervenientes, esteve o tradicional, o famoso, o aplaudido EngilshTea. Tão importante, que foi a 1.ª e grande designação dada à atividade, antes de os nuestros hermanos se terem imiscuído, por cá, no ensino da sua língua! Mudam-se os tempos e a escola tem que se adaptar a novas realidades. Apesar da supremacia da língua inglesa, fica bem abrir os braços e o título, às outras línguas que se vão ensinando na escola atual. 
De salientar o trabalho e dedicação dos professores que integram o Departamento de Línguas, bem como a prestimosa colaboração dos alunos do CEF-Serviço de mesa e bar. A cargo deles esteve a organização/ornamentação das mesas, o que eles fizeram com todo o know how, adquirido na frequência do curso. Foram uns verdadeiros barmen, na elegância do seu uniforme e no sorriso que acompanha o seu desempenho! Estiveram, à altura do acontecimento. 
Simultaneamente com a degustação dos vários acepipes, referidos atrás, decorria, no átrio da escola, a confeção e venda dos típicos crepes da cultura francesa. Simples, ou recheados com fruta ou chocolate, dinamizaram toda a comunidade, que numa tarefa ou noutra esteve envolvida e colaborante. 
A escola é o espaço privilegiado de inúmeras aprendizagens, quer a nível teórico, quer prático, mas onde o conhecimento empírico ganha cada vez mais adeptos e sequazes! 
A nossa escola é o laboratório vivo do conhecimento! 

Maria Donzília Almeida 

04.02.2013







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