O Dia Mundial da Liberdade, que hoje se celebra, deve levar-nos a precisar a importância de sermos livres. Excelente motivo para reforçarmos o conceito de liberdade que nos é dado viver. Somos, realmente, livres. Mas será que temos em consideração que a nossa liberdade não pode nem deve colidir com a liberdade dos outros? É verdade. Temos de respeitar a liberdade de toda a gente, para que toda a gente respeite a nossa liberdade.
Sabemos, contudo, que tudo isto é complicado. Quantas vezes lidamos com pessoas que se julgam no direito de agir contra as nossas liberdades! Senhores da verdade absoluta, há uns tantos que não aceitam que alguém assuma outras verdades.
Tenho para mim que há um enorme défice na educação para a liberdade. Há uma inversão de valores que conspurca o conceito do ser livre com limites. As regras têm de existir, para se não cair no caos social. Não pode haver liberdade para a ofensa gratuita, para o agir contra as pessoas e a natureza, para a difamação, para o roubo, para o embuste e para comportamentos que venham a ofender a dignidade humana.
Podemos ser livres para pensar e seguir o que quisermos, podemos ser livres para expressar opiniões, sentimentos e emoções, podemos ser livres para fazer ou não fazer, mas não podemos ser livres para impor teorias e formas de vida incompatíveis com os princípios que cada um quer seguir.
No fundo, o que eu gostaria de sublinhar baseia-se na certeza de que a liberdade, para ser vivida no dia a dia, precisa de ser educada, cultivada, treinada e ensinada. Também aprendida.
Fernando Martins