Um texto de Maria Donzília Almeida
Descansadinha
Homónima da verdadeira, a minha ovelha Dolly, foi uma criatura lãzuda que viveu dois anos de existência feliz, no pomar de minha casa. Com o objetivo de ser o meu corta-relva, doméstico, a tempo inteiro e em contínuo funcionamento, é, aqui, lembrada, no dia em que a inspiradora do nome é notícia
A ovelha Dolly (5 de Julho de 1996 — 14 de Fevereiro de 2003) foi o primeiro mamífero a ser clonado, com sucesso, a partir de uma célula adulta. Foi criada por investigadores do Instituto Roslin, na Escócia, onde viveu toda a sua vida. O mérito pela clonagem, foi atribuído a Ian Wilmut, mas este admitiu, em 2006, que Keith Campbell seria, na verdade, o maior responsável pela clonagem.
O nome Dolly é uma referência aos seios da atriz Dolly Parton, pois Dolly foi clonada a partir das células da glândula mamária de uma ovelha adulta com cerca de seis anos, através de uma técnica conhecida como transferência somática de núcleo
Apesar das suas origens, Dolly teve uma vida comum de ovelha e deu à luz dois filhotes, sendo cuidadosamente observada em todas as fases. Em 1999 foi divulgado na revista Nature que Dolly poderia tender a desenvolver formas de envelhecimento precoce, uma vez que os seus telómeros eram mais curtos que os das ovelhas normais. Esta questão iniciou uma acesa disputa na comunidade científica sobre a influência da clonagem nos processos de envelhecimento, que está ainda hoje por resolver.
Em 2002 foi anunciado que Dolly sofria de um tipo de artrite degenerativa, o que foi interpretado por alguns sectores como sinal de envelhecimento. Dolly foi abatida em Fevereiro de 2003 para evitar uma morte dolorosa por infeção pulmonar incurável. O seu corpo empalhado está exposto no Royal Museum, em Edimburgo, Escócia.
Telómero - Estrutura com sequências repetidas de ADN, presente nas extremidades livres dos cromossomas. que garante a sua replicação e estabilidade
24.02.2012