Hoje, 12 de dezembro, a minha colaboradora e amiga, Maria Donzília Almeida, celebra o seu aniversário. Boa ocasião para sentir mais de perto as muitas amizades que soube construir ao longo da vida.
Permitam-me os meus amigos e outros assíduos colaboradores que dedique à Dnzília este curto espaço, por diversas razões, de que destaco as seguintes: a sua prestimosa atenção ao que a rodeia e de que faz eco no meu blogue; as suas preocupações pedagógicas e didáticas, com base, mas não só, nas suas vivências, enquanto professora de inglês na Gafanha da Encarnação; o seu permanente interesse por causas nobres, o que muito a enobrece; o seu apego às suas raízes e às suas tradições, alicerçadas num povo de rija têmpera; o seu gosto pela cultura, nas quais se incluem as artes, de que fala com imensa alegria; a sua paixão pela natureza e em especial pelos seres vivos para quem olha, ao estilo de São Francisco, como irmãos e irmãs; o seu prazer pelas viagens, com apetência pelo conhecimento, nunca saciado... Entre outros gostos, paixões e saberes, de que sobressaem a poesia, a história e a convivência fraterna, onde desabrocham amizades sem conta.
Nas suas crónicas, estão sempre presentes os seres humanos, que retrata com maestria e muita sensibilidade, mas ainda com muita familiaridade. Quantas vezes, focando, direta ou indiretamente, casos que vive e sente de modo especial, felizes ou menos felizes. Outros, que lhe ocupam a alma, motivando-a para se superar e para vencer obstáculos para muitos inultrapassáveis. E se a admirava pelo que escreve e como escreve, mais a admiro pela forma como encarna inquietações que a tantos, que não apenas a ela, dizem respeito.
Momentos houve em que a sua colaboração se tornou menos assídua. Quando a interpelei sobre isso, nunca faltou com uma ou outra palavra em que deixou transparecer algum sofrimento, mas a promessa da retoma vinha de seguida. E cumpria com o habitual espírito de cooperação, na certeza de que estava a contribuir, a partir do seu mundo, para uma humanidade mais fraterna.
Aqui fica, por esta forma, a minha gratidão à Donzília, na convicção de que ela me perdoará esta amizade franca e amiga, capaz de dizer o que disse.
Fernando Martins