A DIABETES É UMA DOENÇA
EM CRESCIMENTO
Maria Donzília Almeida
Hoje, em dia, nas sociedades modernas, o sedentarismo e a falta de exercício físico, fazem aparecer, quando não recrudescer certas patologias que antigamente tinham um espetro muito reduzido. A propósito disto, vem-me à memória a entrevista concedida ao jornal, o Timoneiro e publicada no blog Pela Positiva do Professor Fernando Martins. Aí, a enfermeira Madalena Cardoso fazia um pequeno historial da sua experiência nos serviços de diabetes, aquando da sua permanência no Hospital de Aveiro. Considero ter sido de grande utilidade, a transmissão dos ensinamentos que a experiência lhe consente.
A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue e pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose proveniente dos alimentos. À quantidade de glicose no sangue chama-se glicemia e quando esta aumenta, diz-se que o doente está com hiper-glicemia. A diabetes é uma doença em crescimento, que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo e em idades mais jovens. No entanto, há grupos de risco com fortes probabilidades de se tornarem diabéticos:
· Pessoas com familiares directos com diabetes;
· Homens e mulheres obesos;
· Homens e mulheres com tensão arterial alta ou níveis elevados de colesterol no sangue;
· Mulheres que contraíram a diabetes durante a gravidez;
· Crianças com peso igual ou superior a quatro quilogramas à nascença;
Neste particular, merece uma palavra a disseminação de hábitos alimentares, pouco saudáveis, que os Americanos ajudaram a difundir, com a instalação da cadeia do Mc Donalds. A noção de fast food, auto-intitulada por eles de junk food, com todos os malefícios inerentes, passa ao lado, sobretudo da juventude na qual produz sérios candidatos a esta, supra-citada doença.
Devidamente tratada, a diabetes não impede o doente de ter uma vida perfeitamente normal e autónoma. Contudo, é fundamental que o diabético se ajude a si mesmo, auto-controlando a sua doença. Aliás, se o doente for determinado neste papel de auto-vigilância, a sua vida ficará muito facilitada. Nos adultos, a diabetes é, geralmente, do tipo 2 e manifesta-se através dos seguintes sintomas:
Urinar em grande quantidade e muitas mais vezes, especialmente durante a noite (poliúria);
Sede constante e intensa (polidipsia);
Fome constante e difícil de saciar (polifagia);
Fadiga;
Comichão (prurido) no corpo, designadamente nos órgãos genitais;
Visão turva.
Nas crianças e jovens, a diabetes é quase sempre do tipo 1 e aparece de maneira súbita, sendo os sintomas muito nítidos. Entre eles encontram-se:
Urinar muito, podendo voltar a urinar na cama;
Ter muita sede;
Emagrecer rapidamente;
Grande fadiga, associada a dores musculares intensas;
Comer muito sem nada aproveitar;
Dores de cabeça, náuseas e vómitos.
É importante ter presente que os sintomas da diabetes nas crianças e nos jovens são muito nítidos. Nos adultos, a diabetes não se manifesta tão claramente, sobretudo no início, motivo pelo qual pode passar despercebida durante alguns anos. Os sintomas surgem com maior intensidade quando a glicemia está muito elevada. E, nestes casos, podem já existir complicações (na visão, por exemplo) quando se detecta a doença.
Como se trata a diabetes?
Diabetes tipo 1 – Os doentes podem ter uma vida saudável, plena e sem grandes limitações, bastando que façam o tratamento prescrito pelo médico corretamente. O objectivo do tratamento é manter o açúcar (glicose) no sangue o mais próximo possível dos valores considerados normais (bom controlo da diabetes) para que se sintam bem e sem nenhum sintoma da doença
O que é a insulina?
A insulina é uma hormonal hipoglicemiante segregada pelas células beta dos ilhéus de Langerhans do pâncreas, que é usada no tratamento dos doentes diabéticos. Pode ser obtida a partir do pâncreas do porco ou feita quimicamente e de forma idêntica à insulina humana através do uso de tecnologia do DNA recombinante ou da modificação química da insulina do porco.
Por que é que a insulina é necessária
para o tratamento da diabetes tipo 1?
Porque, nos doentes com a diabetes tipo 1, as células do pâncreas que produzem insulina foram destruídas, motivo pelo qual este produz muito pouca ou nenhuma insulina. Como sem insulina não se pode viver, a administração de insulina produzida laboratorialmente é um tratamento imprescindível de substituição.
Cabe a cada um, a responsabilidade de manter a saúde ou de dispor dos meios necessários, para a conservar.
14.11.2011