Bênção do Monumento à chuva
Pórtico
Foi inaugurado no dia 31 de agosto, pelas 19.30 horas, na
Cale da Vila, na rotunda da Avenida José Estêvão e Avenida dos Bacalhoeiros, o
“Monumento do Centenário”, evocativo dos 100 anos da criação da paróquia e
freguesia da Gafanha da Nazaré, culminando assim as celebrações iniciadas há um
ano. Presentes o presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, Ribau Esteves, o
prior da paróquia, Padre Francisco Melo, que benzeu o monumento, o presidente
da Junta de Freguesia, Manuel Serra, o autor do projeto, escultor Albano
Martins, e algumas dezenas de pessoas, que tiveram a coragem de enfrentar a
incomodativa chuva.
O presidente Ribau Esteves afirmou que este monumento é uma
homenagem a tanta gente que criou a Gafanha da Nazaré e a fez grande, «partindo
da pobreza da sua origem, muito pobre mesmo», tendo recordado que nesta cidade
«há gente que veio de todo o país e de todo o mundo, fazendo desta a sua
terra».
Disse que, por todos os que aqui se estabeleceram, «tivemos
de escolher o mar e a temática bacalhoeira, a grande marca desta paróquia e
freguesia», como propostas a apresentar ao escultor. Disse que a estrela e o
triângulo, no sopé do monumento, fazem parte do brasão da comunidade paroquial.
Ribau Esteves agradeceu ao autor do projeto a sua dedicação
e a «enorme paciência [que ele teve] para nos ouvir, para perceber as nossas
dicas, para que no fundo a obra fosse dele, mas também para que todos nos
sentíssemos bem». Referiu que «a arte é como todas as coisas na vida; cada um
tem a sua opinião e todas as opiniões são respeitáveis».
Albano Martins afirmou que esta obra nasceu com a intenção
de prestar «uma homenagem às gentes da terra e do mar». As propostas foram
elaboradas «num processo de vaivém», corrigidas e alteradas, até chegar à
solução final. Foram elaboradas sucessivas maquetas, estudos em computado e
desenhos, «num trabalho moroso, lento, o que permitiu afinar uma série de
coisas», até se chegar a um «projeto refinado a todos os níveis», disse.
Olhando para o monumento, quem passa pode ver fragmentos do
navio “Novos Mares”, «para preservar um pouco a história» da faina maior, e um
pórtico que simboliza «uma entrada e uma saída, dos barcos e da cidade»
adiantou o escultor. Sublinhou que há, de forma bem acentuada, «um elemento
aglutinador, que é o mar», acrescentando que «qualquer obra [de arte] é
dirigida à sensibilidade das pessoas que a usufruem.»
O “Monumento do Centenário”, que tem o mar, a pesca e a
indústria do bacalhau como tema de referência, teve a produção de “Nuno
Sacramento – Galeria de Arte Contemporânea”, e é um investimento assumido na
totalidade pela Câmara Municipal de Ílhavo no valor de 113 mil euros.
Fernando Martins