A comunicação social recordou hoje, e bem, o horror do 11 de setembro de há dez anos. Dizem alguns analistas que o ataque terrorista marcou indelevelmente a história, com um antes e um depois desse dia. Também julgo que sim. O terrorismo, desencadeado por fanáticos religiosos, é a mais terrível guerra dos nossos dias, porque é uma guerra covarde e, pior do que isso, em nome de Deus.
Olhando para o que se passou, com ódios a dominar os homens em pleno século XXI, nunca poderemos compreender esta ligação de pessoas crentes ao horror, ao terrorismo. E no entanto, temos de reconhecer que, infelizmente, incompreensivelmente, no seio de doutrinas religiosas também existem raivas fratricidas e mentes doentias, capazes de pregar a violência.
Todos sabemos que ao longo da história não faltaram tiranias, massacres, inquisições, perseguições e guerras provocadas entre cristãos e entre estes e os chamados infiéis. Matou-se por tudo e por nada em nome de Deus, que nos ensinaram ser a fonte suprema do bem, do perdão e do amor.
Ainda hoje, quando nos associamos ao estado americano que sofreu, sem precedentes, um ataque em pleno coração do mundo capitalista e terra da democracia e da liberdade, conseguimos pôr de lado os horrores que este enorme país tem causado em nome dos seus valores, que em parte serão os nossos, em tantas paragens do globo. Dir-me-ão que o fazem para defender a civilização ocidental. Mas será que vale tudo no século XXI?
Infelizmente, continuaremos a pensar e a agir como se no mundo houvesse os bons e os maus, sendo nós sempre os bons. Não é assim. Não devia ser assim. E uma coisa é certa: quem faz a guerra sofre sempre as suas consequências. Isto é: quem com ferros mata com ferros morre. Tão simples quanto isto.
Oxalá o reino de paz, de liberdade, de justiça, de verdade e de amor, nos leve a refletir sobre tudo isto.