Conforme o ponto de partida, os peregrinos de Fátima, a pé, já há uns 15 dias que iniciaram a marcha. Estão na reta final. Os sofrimentos terão sido imensos e diversos, mas há crentes que assumem estes sacrifícios como alimento da sua fé. Fazem-no consciente e livremente, alguns deles há muitos anos seguidos. Principalmente em maio, mês das grandes peregrinações.
Muito embora não falte quem conteste estes sacrifícios, como não da vontade de Deus, que se sacrificou, definitivamente, por todos nós, na cruz, a verdade é que temos a obrigação de respeitar as opções das pessoas. Bem razão tinha uma peregrina que se arrastava de joelhos até à capelinha da aparições, há muito, quando, a uma proposta de um bispo que se dispunha, com os seus poderes, a amenizar-lhe a promessa por outro sacrifício menos violento, lhe respondeu não estar interessada em qualquer troca, porque a ele, bispo, ela não devia nada.
É verdade. Há quem se sacrifique por outras causas, que nada têm a ver com questões de fé, sem que alguém as refute. Nessa linha, depois de devidamente esclarecidos, os crentes e devotos de Nossa Senhora podem seguir as suas ideias, desde que não prejudiquem terceiros. Se prometem sacrifícios, que os cumpram, sem atentarem contra a própria vida, que a isso se opõe a doutrina da Igreja Católica.
Quando vejo o sofrimento dos peregrinos, não posso deixar de me comover pela sua capacidade de resistir à dor, à sede, à fome de comida habitual, à falta de comodidade, aos perigos. Tudo pela fé que os anima.
Entretanto, não têm faltado apoios de voluntários, que os esperam em passagens estratégicas. E até já há um “site” com preciosas informações para quem peregrina ou pretende peregrinar.
Fernando Martins