Manuel Serra, Ribau Esteves e Margarida Alves
Importa aproveitar o futuro que vai chegar
e valorizar o legado dos nossos antepassados
Em tempos de crise, importa «combater o défice, combater as ineficiências e combater os problemas estruturais da produtividade, com mais dedicação e mais eficiência, aproveitando e desenvolvendo as nossas capacidades disponíveis, sendo cidadãos mais ativos e mais solidários». Esta foi uma mensagem marcante do presidente da Câmara Municipal de Ílhavo (CMI), Ribau Esteves, na sessão solene comemorativa do 10.º aniversário da elevação da Gafanha da Nazaré a cidade.
A efeméride foi evocada no dia 19 de abril, na seda da Junta de Freguesia, com um olhar retrospetivo sobre o que foi concretizado na última década, numa perspetiva de valorizar o estatuto de cidade, legitimamente atribuído à então vila da Gafanha da Nazaré, em 2001.
Nessa década, em que se celebrou o centenário da criação da freguesia e paróquia, o presidente da Junta, Manuel Serra, recordou o esforço e a determinação dos nossos antepassados, garantindo que «continuaremos a lutar com todas as nossas forças pelo crescimento e modernização desta cidade».
Depois de salientar como tem exortado os jovens a seguirem «o exemplo de trabalho, de dedicação e de luta dos seus pais e avós, para que jamais seja interrompida a senda de progresso e de desenvolvimento por eles iniciada há longos anos», Manuel disse que importa continuar a apostar «no futuro melhor que todos desejamos, para a nossa cidade», implementando «o setor empresarial e associativo que possuímos», sem descurar «a educação e o poder autárquico».
Depois de enaltecer o muito que tem sido feito na Gafanha da Nazaré, graças «ao relevante papel do nosso município e do seu presidente», Manuel Serra lançou um desafio a todas as forças vivas e ao povo em geral, no sentido de voltarmos ao mar, retomando «a grandeza que tivemos no século passado», com estaleiros, pesca longínqua, pesca local e marinha mercante, mas ainda com as indústrias transformadoras de produtos do oceano.
Ribau Esteves sublinhou o somatório de energias que esteve na base da Gafanha da Nazaré atual, referindo que esta última década, com a elevação à categoria de cidade, exigiu que esse estatuto fosse convenientemente valorizado, como veio a acontecer. O autarca ilhavense frisou as obras do Jardim Oudinot com o Navio-museu Santo André, o novo mercado com toda a sua envolvência urbana, o Centro Escolar Santa Maria Manuela, a Ampliação do Complexo Desportivo da Gafanha e o renovado Centro Cultural com competências novas. Referiu a ligação ferroviária do Porto de Aveiro à Linha do Norte, «uma obra que esperou décadas pela sua conclusão», e a 3.ª fase da via de cintura portuária, entre outras realizações de qualificação urbana.
Olhando para o futuro, o presidente da CMI adiantou que há muitas outras conquistas para fazer. «A década foi importante por aquilo que realizámos, mas também pelo que nos vai permitir realizar», disse. Nessa linha, informou que as obras de renovação da Escola Secundária estão «em pleno desenvolvimento» e que a Escola Básica, «agora equipamento municipal», vai ser ampliada e qualificada, estando os projetos em fase de concurso.
Ribau Esteves garantiu que os trabalhos do saneamento básico na Gafanha da Nazaré vão continuar, com planos em hora de conclusão, no sentido de cobrir os 50% da rede em falta na cidade. Entretanto, anunciou que a Associação Náutica da Gafanha da Nazaré vai ser contemplada com a «expansão do ancoradouro», de forma a oferecer «melhores condições de trabalho aos nossos pescadores».
Numa perspetiva de valorizar a parceria com a Universidade de Aveiro, o autarca ilhavense afirmou que vai ser montado um laboratório de ciências oceanográficas, daquela escola superior, junto do Jardim Oudinot, para investigação ligada ao mar. Trata-se de uma iniciativa importantíssima, que ficará a operar em sintonia com o Parque da Ciência e Inovação, a ser montado na Coutada.
Referindo-se à crise de que todos falam e muitos sentem, o presidente Ribau Esteves insistiu na premência de se apostar na qualidade de vida das populações, «aproveitando o futuro que vai chegar e valorizando o legado dos nossos antepassados». «Importa cooperar mais uns com os outros, sendo mais solidários na dimensão individual e institucional», mas também «aproveitando as oportunidades». E explicou: «A nossa estrutura portuária é hoje uma ferramenta de desenvolvimento que nós temos; não há terra que tenha duas praias com a notoriedade da Barra e da Costa Nova; uma terra que tenha o privilégio da Ria e um jardim com a nobreza e a dimensão do Oudinot.»
Fernando Martins