Diplomatas e profetas
que transmitem mensagens úteis
António Marcelino
Como braço longo dos governos os diplomatas são sempre informadores prontos e cuidadosos, de tudo quanto pode interessar ao país que representam. Este é um modo de o servir. Nem todas as informações são secretas. Por vezes, não se trata senão da informação de acontecimentos que têm a ver com todos, e que cada governo acolhe, consoante a sua fonte e o seu alcance e interesse. Os discursos que são proferidos no momento da aceitação das credenciais de um novo embaixador são mensagens para o país representado, mais do para os diplomatas que começam funções. O mesmo se diga, quando, em momentos solenes, um chefe de Estado recebe todos os embaixadores e lhes dirige uma mensagem adequada, pensada e actual, que não é apenas um discurso de cumprimentos ou de circunstância.
Vem isto a propósito da mensagem de Bento XVI ao Corpo Diplomático, no início do ano, em que o Papa se dirigiu aos governos ali representados, para fazer uma exortação, que é, ao mesmo tempo, um apelo justo, actual e oportuno. O Vaticano mantém relações diplomáticas com 177 países e com 33 organizações e organismos intergovernamentais, incluindo a ONU. O seu objectivo, para além da regulação das relações normais entre estados, é, também, poder servir, com os seus meios de diálogo e colaboração, os países e seus governantes, contribuir para o bem integral das pessoas e das comunidades e promover a liberdade religiosa, para que cada cidadão, possa procurar e encontrar, em liberdade, a fonte do bem e da vida.
Na referida mensagem disse o Papa estas palavras, que sendo para todos, quadram, pela sua actualidade, ao governo português: “Exorto todos os Governos a promoverem sistemas educativos, que respeitem o direito primordial das famílias a decidir a educação dos seus filhos, inspirando-se no princípio da subsidiariedade, essencial para organizar uma sociedade justa”. Tem em mente, como é obvio, países democráticos, preocupados em realizar o bem comum com a colaboração de todos e a favor de todos.
Já lá vão uns anos, mais de vinte, que um bispo corajoso e ponderado, D. António Ferreira Gomes, então muito ouvido pelos diversos quadrantes políticos, fez esta oportuna reflexão: “Uma das maiores desgraças da nossa Pátria, e poderíamos afoitamente dizer que a maior desgraça da nossa Pátria, é o Estado considerar função sua a instrução e a educação, bem como a assistência, e a nação deixar-se convencer. A coisa começou pela Universidade e vai avançar pelos diversos escalões, conforme tudo isto assegura o interesse político”. Um aviso profético que políticos, fascinados pelo poder absoluto e por um estado social de sonhadores irrealistas, continua a não ouvir.
Uma tentação frequente de quem governa é pensar que não precisa de conhecer a história, de respeitar a realidade, de deixar de se enrolar por interesses partidários, de cair em decisões imediatas dispensando-se de ponderar as suas consequências. É tudo isto que faz um país adiado, mesmo que, com a comunicação social em massa, se façam inaugurações de obras novas, se profiram discursos eloquentes, se proclamem com vivas e aplausos, os detentores do poder.
Vem isto a propósito da mensagem de Bento XVI ao Corpo Diplomático, no início do ano, em que o Papa se dirigiu aos governos ali representados, para fazer uma exortação, que é, ao mesmo tempo, um apelo justo, actual e oportuno. O Vaticano mantém relações diplomáticas com 177 países e com 33 organizações e organismos intergovernamentais, incluindo a ONU. O seu objectivo, para além da regulação das relações normais entre estados, é, também, poder servir, com os seus meios de diálogo e colaboração, os países e seus governantes, contribuir para o bem integral das pessoas e das comunidades e promover a liberdade religiosa, para que cada cidadão, possa procurar e encontrar, em liberdade, a fonte do bem e da vida.
Na referida mensagem disse o Papa estas palavras, que sendo para todos, quadram, pela sua actualidade, ao governo português: “Exorto todos os Governos a promoverem sistemas educativos, que respeitem o direito primordial das famílias a decidir a educação dos seus filhos, inspirando-se no princípio da subsidiariedade, essencial para organizar uma sociedade justa”. Tem em mente, como é obvio, países democráticos, preocupados em realizar o bem comum com a colaboração de todos e a favor de todos.
Já lá vão uns anos, mais de vinte, que um bispo corajoso e ponderado, D. António Ferreira Gomes, então muito ouvido pelos diversos quadrantes políticos, fez esta oportuna reflexão: “Uma das maiores desgraças da nossa Pátria, e poderíamos afoitamente dizer que a maior desgraça da nossa Pátria, é o Estado considerar função sua a instrução e a educação, bem como a assistência, e a nação deixar-se convencer. A coisa começou pela Universidade e vai avançar pelos diversos escalões, conforme tudo isto assegura o interesse político”. Um aviso profético que políticos, fascinados pelo poder absoluto e por um estado social de sonhadores irrealistas, continua a não ouvir.
Uma tentação frequente de quem governa é pensar que não precisa de conhecer a história, de respeitar a realidade, de deixar de se enrolar por interesses partidários, de cair em decisões imediatas dispensando-se de ponderar as suas consequências. É tudo isto que faz um país adiado, mesmo que, com a comunicação social em massa, se façam inaugurações de obras novas, se profiram discursos eloquentes, se proclamem com vivas e aplausos, os detentores do poder.