Perigos no Egipto
Francisco Sarsfield Cabral
Francisco Sarsfield Cabral
Há 32 anos uma revolução derrubou a autocracia monárquica do Xá do Irão. Mas em breve se instalou ali uma teocracia islâmica, que ainda hoje perdura. Em matéria de liberdades os iranianos ficaram a perder.
Na Argélia realizaram-se eleições em 1992. Venceu o partido islâmico radical, que certamente iria acabar com eleições. Para evitar tal resultado, os militares tomaram conta do poder e limitaram a democracia. Seguiram-se dez anos de terrorismo sangrento na Argélia.
Em 1978 o presidente do Egipto Sadat e o primeiro-ministro israelita Begin assinaram um acordo de paz, mediado por J. Carter, presidente americano. Sadat foi assassinado três anos depois por um extremista islâmico. Sucedeu-lhe Mubarak, seu vice-presidente, que até hoje manteve a paz com Israel. Daí que o presidente israelita Shimon Peres tenha manifestado apoio a Mubarak na actual crise egípcia. Estes factos levam a olhar com prudência a eventual transição democrática no Egipto. Para já, é positivo que os islâmicos radicais não estejam na linha da frente da revolta. Mas daqui a algum tempo…
In Rádio Renascença