Primeiras aparições
Fátima torna as pessoas mais generosas e mais fraternasPassei há dias pela Rua 13 de Maio, que fica perto da Escola Preparatória da Gafanha da Nazaré. A nossa terra está cheia de ruas que a cortam em todas as direcções. Umas com nomes expressivos e outras que nada nos dizem. Como o dia 13 de Maio entrou na vida de muitíssimos gafanhões, e não só, quase desde a fundação da freguesia e paróquia, permitam-me que avance por aqui, sendo certo que muitos outros arruamentos ficarão em carteira, sem preocupações de cansar quem quer que seja, mas tão-só com o objectivo de oferecer, nestas linhas simples, algumas notas informativas a quem mora ou passa pela Gafanha da Nazaré.
O dia 13 de Maio está, obviamente, associado às aparições de Nossa Senhora de Fátima aos três pastorinhos, em 1917. Lembremos que a paróquia e a freguesia da Gafanha da Nazaré foram criadas em 1910. E, que se saiba, por tantos testemunhos que ouvi, o povo das Gafanhas nunca, desde aí, deixou de peregrinar a Fátima, quer a pé, quer de bicicleta, quer ainda de camioneta e mesmo de comboio. As devoções, legítimas, a isso obrigam, para alegria dos crentes.
Diz a história das aparições que Nossa Senhora apareceu a três crianças que apascentavam rebanhos na serra de Aire. Recomendou-lhes que rezassem e que, no dia 13 de cada mês, a esperassem, como veio a acontecer, até ao dia 13 de Outubro, altura em que terá havido um milagre do Sol, para convencer os mais cépticos da veracidade da sua aparição em solo português.
Recomendou-lhes que rezassem pelos pecadores, pelo regresso dos soldados que andavam na I Grande Guerra e pela conversão da Rússia. Depois foi o que toda a gente sabe, com milhões de peregrinos a visitarem aquele chão sagrado para muitos, onde suplicam à Virgem Maria a sua intercessão junto de Deus, para a cura de males do corpo e da alma.
Embora não seja dogma de fé, a verdade é que a espiritualidade fatimista tem marcado e inspirado inúmeros crentes. E até os menos abertos às aparições da Virgem Maria em Fátima não deixam de reconhecer que aquele santuário mariano tem o selo de Deus, tão expressiva é a sua influência junto de todos quantos por ali passam. É, de facto, um lugar onde nos sentimos bem, onde o divino se une àquele chão que aproxima as pessoas e as torna muito mais humanas, generosas e fraternas.
Fernando Martins