A ROMÃZEIRA
A
Juventino
e Herdeira
Caríssima/o:a. A plantação da primeira romãzeira obedeceu a uma lógica interesseira: os grãos da romã são muito apreciados cá em casa. Havia já uma que dava frutos pouco convidativos, azedos; e ainda uma outra que em tempos (há quantos anos!) trouxera da casa do Juventino mas que, sendo das doces, só muito poucas vezes nos brindou com escassos frutos. Em horto especializado comprou-se a garantia de romãs de óptima qualidade! E de novo a expectativa ficou aquém do prometido... que o doce esperado nunca apareceu...
Finalmente de casa de gente boa e amiga veio uma plantazinha que já este ano nos regalou com duas belas, magníficas romãs e, finalmente, das boas, daquelas que os grãos são mesmo doces!
e. As nossas memórias tragam grãos de romãs azedos, mas bonitos...
i. A utilização da romãzeira é usual em jardins e é crescente o seu cultivo em vasos, adaptando-se a varandas e pequenos espaços.
As romãs, cujas sementes, envoltas por uma polpa translúcida e líquida, são as partes comestíveis e apresentam um sabor doce e suavemente adstringente, podem ser consumidas ao natural, em saladas de frutas ou na forma de sumos, geleias e vinhos.
Em Portugal é muito utilizada no Natal e Fim do Ano.
o. Indicações medicinais: afecções da boca, olhos e pele, amigdalites, cólicas intestinais, envelhecimento, doenças cardíacas.
Propriedades: anti-séptico, antiinflamatório, antioxidante, adstringente, diurético.
As folhas, casca da raiz e do fruto são usadas para efeitos medicinais. Os frutos são ricos em ácido gálico, grenalina e tanino. A casca da planta, de sabor acre, é utilizada em gargarejos no tratamento da amigdalite (inflamação das amígdalas e gengivas).
u. Curiosidades:
1. Planta da antiga Pérsia, foi cultivada, usada e admirada por todo o mundo antigo e medieval, não só como alimento, mas também como planta medicinal e, sobretudo, pelo valor simbólico que lhe foi atribuído ao longo do tempo.
2. Factos históricos: Os romanos chamavam-lhe maçã cartaginesa e era um símbolo de ordem, riqueza e fecundidade. É um "fruto bíblico", pois aparece citado em várias ocasiões no livro sagrado. Em Israel é considerada uma planta sagrada, pois há uma lenda que atribui ao cálice da romã a forma da coroa do rei Salomão, que mais tarde era usada por todos os reis do mundo. Também foi apreciado pelos Egípcios, pois está pintado num dos túmulos de Ramsés IV.
3. No dia de Reis a romã é lembrada como símbolo de vida, não esquecer que as romãs têm uma pequena coroa…
4. Diz-se que o profeta Maomé afirmava: "Coma romã, para se livrar da inveja e do ódio".
Manuel