domingo, 3 de outubro de 2010

Oficina da Formiga: Artesanato de qualidade

Diversas peças do mostruário da Oficina da Formiga

Jorge Saraiva exibe um belíssimo prato

A riqueza das cores
No Festival do Bacalhau, Júlio Isidro adquiriu um penico



Visitei há dias a Oficina da Formiga na Rua da Coutada, em Ílhavo. O convite veio de Jorge Saraiva, há cerca de um ano, o primeiro responsável pela Oficina e grande entusiasta pela cerâmica tradicional. Com a minha agenda sempre cheia, quantas vezes de coisa nenhuma, o tempo foi passando. Mas durante estas férias, em S. Pedro do Sul, dei de caras com produtos da Oficina da Formiga expostos em diversas lojas, onde também notei o interesse dos visitantes e turistas pelos trabalhos artesanais feitos com qualidade. Daí o meu desejo de levar à prática a visita adiada.
Diz-se no “site” da Oficina que a cerâmica artesanal é das tradições mais antigas em Portugal, remontando «ao século XVI com a tentativa de fabrico de pasta para louça branca. Este tipo de Artesanato é baseado na faiança doméstica produzida em relativa quantidade desde o século XIX até aos anos 60 em Aveiro, com a reprodução dos mesmos desenhos ou recuperação de outros provenientes da rica azulejaria portuguesa».
Tendo por cicerone Jorge Saraiva, fui sendo esclarecido sobre os temas reproduzidos nas peças expostas ou em fase de produção, com predominância para os elementos naturais: Mar, Terra e Ar, reflectidos nos peixes, galos, flores e pássaros. Os suportes são pratos e travessas oitavadas ou ovais; e as cores, de alto fogo, são o azul, o rosa, o castanho e o amarelo.

Jorge Saraiva afirma que as fábricas de faiança acusam a tendência de fechar as portas, «porque passaram de moda», o que significa que as peças que ainda existem não deixarão de enriquecer museus ou colecções particulares. Também nos referiu que na sua Oficina apenas se reproduzem temas da tradição, não faltando, felizmente, quem aprecie o seu trabalho, feito com uma paixão que me surpreendeu.
Jorge Saraiva conta neste seu projecto com a colaboração de sua esposa Milu e com Flamínio Reis, mestre pintor, cuja entrevista publiquei neste meu espaço.
A Oficina da Formiga tem participado em inúmeras Feiras de Artesanato, um pouco por todo o lado, com agrado dos visitantes, sinal evidente do apreço que as suas peças suscitam.

Fernando Martins

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