Francisco Sarsfield Cabral
A visita de Bento XVI à Grã-Bretanha correu muito bem, melhor do que se esperava. O Papa conseguiu superar alguns seculares ódios anti-católicos dos britânicos. Uma das raízes da hostilidade britânica ao catolicismo está no protestantismo, ali tornado religião oficial há cinco séculos. Outra, e porventura mais importante, é a quebra da prática religiosa. Mais de metade dos cidadãos britânicos não frequenta qualquer serviço religioso.
É manifesta a preocupação deste Papa com o crescente abandono da religião nas democracias europeias. Em França, um velho país católico, a percentagem dos que não vão à igreja (qualquer igreja, incluindo mesquitas) é superior à britânica. Na República Checa quase dois terços não frequentam serviços religiosos, excepto em ocasiões especiais, como casamentos.
Bento XVI tem desenvolvido um notável esforço para mostrar que a fé se articula com a razão. E para tornar claro como os valores éticos do Evangelho são importantes para as sociedades modernas.
Daí o empenho que manifesta no diálogo com não crentes. A Europa é, hoje, uma terra de missão.
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