segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Obra da Rua visita Figueira da Foz


A Obra da Rua, mais conhecida por Casa do Gaiato, instituição criada pelo Padre Américo, visitou no passado fim-de-semana a Figueira da Foz, respeitando uma tradição de 70 anos. Um padre com alguns “gaiatos” participaram nas missas, para dar conta do que fazem e pretendem continuar a fazer em favor de meninos e jovens sem família.
Na altura, o pároco de S. Julião, cónego Veríssimo, sugeriu que todos contribuíssem para a Obra da Rua, repetindo o apelo feito há décadas pelo Bispo de Coimbra. Esta visita repete-se todos os anos no terceiro domingo de Agosto, tendo havido da parte de todos os residentes ou veraneantes uma excelente resposta aos desafios lançados pelo presidente da assembleia.


O padre do Gaiato, cujo nome não percebi muito bem, foi claro quando disse que só seremos bons cristãos se conseguirmos passar das palavras aos actos. Que importa ler e compreender a Palavra de Deus, se ficarmos por aí? — questionou.
Pormenorizou depois passos da vida daquela instituição, que se não circunscreve a Portugal, pois recebe e apoia crianças de todo o lado, independentemente da sua cor, etnia, nacionalidade ou religião. Um jovem disse-lhe  há tempos que não podia comer «porque estava no Ramadão», regra que os muçulmanos cumprem rigorosamente, entre o nascer e o pôr do sol.
A criança quando chega à Casa do Gaiato precisa de aprender tudo: a saber estar à mesa, a comer sem estragar alimentos porque há milhões de pessoas a passar fome, a respeitar os outros, a trabalhar porque a ociosidade é a mãe de todos os vícios, a brincar quando é hora disso, a estudar.
Eu penso que é muito útil conhecer o bem que se faz pelos mais pobres, de pão e de amor. Por experiência própria, reconheço que às vezes se fala muito, mesmo sobre a Palavra de Deus, sem se mostrarem exemplos que nos conduzam à prática.
Enquanto o padre do Gaiato falava e até na altura da celebração eucarística os “gaiatos” mais miúdos andavam por ali com a irrequietude própria da pouca idade. E o padre, na hora da consagração, teve de chamar o mais mexido para junto de si. Ali, mostrou ao vivo, talvez sem que muitos o percebessem, como é ser pai, aproveitando todos os momentos para ensinar, com delicadeza e carinho,  a estar numa celebração.

FM


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