PRATO DA ABUNDÂNCIA
Prato em faiança tradicional portuguesa que, às refeições, ficava ao centro da mesa e nele eram colocados os garfos correspondentes ao número de pessoas presentes, para que, desse prato, todos pudessem comer o escoado (“Coziam-se em água as batatas cortadas às rodelas com couves, que depois eram escoadas e colocadas no prato com um pouco de azeite. O peixe… estava no fundo do prato.”). Quando não estava a ser usado servia como adorno na cozinha.
Centro do prato: Decoração policromada, em parte estampilhada, em tons de verde, azul, amarelo, rosa e castanho tendo ao centro composição com postas de peixe com barbatanas, rede, talheres cruzados e 30 pintas azuis.
Significado: O peixe é um dos mais antigos símbolos da arte cristã, simboliza o milagre da partilha e da multiplicação, quanto mais peixe se reparte, mais peixe aparecerá. Os talheres, os utensílios usados às refeições.
As pintas azuis simbolizam o dinheiro que surgiu por milagre na boca do peixe quando foi pescado, ou seja, o resultado do trabalho na pesca (simbolizado também pela redes pintadas), ou do trabalho no campo.
Beira do prato: Decoração policromada, em parte estampilhada, em tons de verde, lilás, rosa e castanho-claro, com uma serpente pintada na caldeira do prato e sete composições vegetativas de parra, uvas, espiga de trigo e papoila, na beira.
Significado: As sete composições significam os dias da semana, simbolizadas pela espiga de trigo e pelas uvas as necessidades diárias e o milagre da partilha e multiplicação do pão (que dá vida ao mundo) e do vinho (sangue da vida), quanto mais pão se reparte, mais pão aparecerá.
A serpente simboliza a tentação e o pecado, sempre presentes todos os dias e todas as horas, servindo para lembrar que os devemos evitar.
Texto da OFICINA DA FORMIGA – Cerâmica Tradicional
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