António Vilarinho na primeira pessoa:
A MINHA VIDA É A RIA
«Gosto da ria, quer como distracção quer como pescador; a pesca distrai-me, lava-me a cabeça, esqueço-me de tudo, principalmente quando há peixe. E quando não há, rapidamente venho embora, em especial quando há nortadas.
Durante a minha vida profissional, a ria era para quando podia, e no Verão ia com a família, aos fins-de-semana, e pescava quando dava para isso. Depois, quando passei à reforma, a minha vida é a ria…
Na ria, as paisagens são diferentes, principalmente na zona das ilhas e nos canais mais pequenos, muitos dos quais estão assoreados; mas é um passeio completamente diferente: saímos daqui, passamos por S. Jacinto, Carregal, Moranzel, Pousada da Ria... até à Torreira.
Ainda há coisas maravilhosas para ver, apesar dos assoreamentos: as ilhas, a água com tonalidades lindíssimas, quando está transparente, e a vegetação. Também se podem apanhar uns burriés, que começam a ser uma saudade aqui na zona, nos sítios onde eram habituais. Ainda as caniças, o moliço, os buracos das navalhas, tudo isso é um mundo; e só na ria esse mundo se vê.»