É público que o Clube Stella Maris, da Obra do Apostolado do Mar, vai fechar as portas aos objetivos para que foi criado. Sedeado na Gafanha da Nazaré, não conseguiu adaptar-se às profundas transformações por que passou a sociedade nos últimos anos no setor das pescas e das atividades económicas que lhe estão associadas.
Dispersão natural da área portuária, desmantelamento da frota bacalhoeira, transformação radical da indústria de processamento do pescado, qualidade de vida a bordo dos navios que demandam o Porto de Aveiro, dificuldades sem conta na implementação de uma pastoral de e para o homem do mar, entre outras razões que nem vale a pena abordar, estiveram na base do fim do Stella Maris.
Quem o viu nascer, sente alguma mágoa, mas temos de ser realistas. Os tempos são outros, os marítimos de hoje não são, seguramente, os de há 30 anos, o nível de vida melhorou, mesmo para os trabalhadores do mar e da ria, e poucos eram os que precisavam de uma pensão que os acolhesse.
Outro destino vai ter aquele edifício que um dia foi levantado para apoiar social e espiritualmente os homens do mar e suas famílias. Outros tempos exigem outras respostas, maduramente pensadas, estruturalmente refletidas e tecnicamente erguidas.
Fernando Martins