Recessão
Maria Donzília Almeida
Hoje, chegou-me, inopinadamente aos ouvidos, a notícia de mais uma maleita que aflige a sociedade portuguesa.
Ainda, há bem pouco fomos infestados pela pandemia da gripe A e já uma nova moléstia se prepara para nos dizimar. Nada de estranho haveria nesta doença, não fosse o nome pomposo pelo que passou a chamar-se – Recession depression, à semelhança do que aconteceu nos Estados Unidos em 1929 – a grande depressão.
Uma crise económica que atingiu os Estados Unidos e se propagou para quase todo o mundo, trouxe consequências desastrosas com o desemprego que causou e as miseráveis condições económicas em que deixou a população.
O arauto da notícia de hoje referia uma crise algo semelhante cá em Portugal, em resultado das medidas do PEC, tão exaustivamente badalado nos últimos tempos. O governo está a dificultar de tal modo a vida aos portugueses, com tantas restrições e formas de extorquir sempre mais algum cêntimo aos nossos parcos recursos (não aos deles!), que... está a emergir algo estranho – a depressão da recessão. Foram exactamente estes os termos utilizados pelo locutor, que fez o paralelismo entre o que se passa cá em Portugal e o cenário da década de 30 do século passado, nos Estados Unidos.
Foi largamente debatido pelo apresentador o perfil da nova doença. Esta afecta nomeadamente os homens que sentem este problema – incapacidade de angariar o pão para a família. Enclausurados na cultura ancestral do homem forte, do homem que não se deixa abater pelos desafios da vida, enfim, do homem que não chora, sofrem em silêncio e tardam em recorrer ao médico e pedir ajuda.
É verdadeiramente lamentável que Portugal tenha chegado a este estado, após sucessivas governações apostadas em trazer progresso e riqueza para o país. São essas as promessas que todos fazem, na altura das eleições, para ganharem a adesão do povo e a tão desejada maioria. Todos sofrem!
“Mas as crianças, Senhor, porque lhes dais tanta dor
porque padecem assim?” Augusto Gil
15.06.10