Carlos Naia
Classe de Jornalismo
A convite do orientador da disciplina Fotografia/Comunicação, Carlos Duarte, da Universidade Sénior da Fundação Prior Sardo, esteve o jornalista Aveirense, Carlos Naia, durante uma hora, para evocar passagens da sua vida jornalística.
Com a Carteira Profissional n.º 180, Carlos Naia é uma referência do jornalismo aveirense, onde esteve cerca de 40 anos no Jornal de Notícias, donde se aposentou. Hoje mantêm colaboração em alguns jornais regionais e em rádios, no acompanhamento do Beira Mar, já que, segundo o orador, nunca se deixa de ser jornalista.
Carlos Naia começou por historiar a sua vivência no JN com episódios curiosos para os dias de hoje, como as entregas de reportagens ao maquinista do Foguete para entregar no Porto, ou percorrer a região numa “acelera”, até às noitadas na entrada da Barra, na ânsia de ver os destroços dum avião ou do naufrágio dum barco. O “exame prévio” (censura) também não foi esquecido assim como as perseguições nos Congressos Republicanos em Aveiro. O PREC foi outro momento da vida nacional que foi descrito pelo antigo jornalista como uma época de intenso combate por um jornalismo livre e sem influência partidária ou religiosa, valores que eram “sagrados” no Jornal de Notícias.
Hoje o jornalismo da sua época é como se fosse a pré-história da profissão, tal é a evolução na comunicação onde a informação corre pelo mundo em milésimos de segundos e muitas vezes feita não por jornalistas, mas por simples cidadãos, através do novo fenómeno que é a Net e, também, as mudanças se fazem sentir nos jornais que ainda há 20 ou 30 anos eram propriedade de famílias e hoje são peças de um poder económico, onde o jornalista é uma simples peça de um puzzle enorme, no qual o jornalista está, simplesmente, por vezes, dependente do poder económico.
Durante mais de uma hora, o jornalista respondeu a algumas questões apresentadas pelos alunos, terminando com a promessa de voltar em breve.