Por Georgino Rocha
Paulo classifica como excelente o seu trabalho. Pelo modo como o realiza, mas sobretudo pela graça de Deus que, por meio dele, vai agindo. Primeiro, transforma-o radicalmente. De perseguidor fanático, fá-lo apóstolo inexcedível de criatividade missionária. Depois, de observante fiel, converte-o em testemunha qualificada da ressurreição de Jesus Cristo. A ele que se considera como “o abortivo”, um ser humano incompleto e desfigurado.
A esta acção de Deus, corresponde Paulo com uma disponibilidade total, uma atenção absoluta, uma obediência pronta e fiel.
Outras pessoas seguem o mesmo exemplo e podem dar testemunho semelhante. É o caso – evocado hoje pelas leituras da celebração - de Isaías, de Jesus e de Pedro.
Trabalho excelente o de Isaías que se reconhece um pecador, a quem o enviado de Deus liberta da culpa e prepara para ser profeta em favor de todo o povo. E que grande missão desempenha este homem que vive no século VIII, antes de Cristo!
Excelente trabalho realiza Jesus, após a infrutífera faina da pesca que o grupo de Pedro faz durante a noite. Na madrugada seguinte, o fracasso e o desalento são evidentes. A transformação é clara: ânimo revigorado e obediência pronta e generosa.
O homem experimentado – era um profissional reconhecido pela sua barca de pescador -, aceita mudar de rumo, relançar as redes noutras áreas e capturar para a vida outros “peixes”, libertando-os dos horizontes estreitos em que andavam enrolados. Esta imagem alude claramente à missão apostólica que Jesus lhe confia.
Trabalho excelente será o nosso, o de cada um e de todos, se nos disponibilizarmos para que o Senhor nos dê o seu jeito de ser e de agir, a forma típica do cristão, e nós cooperemos com Ele na edificação da humanidade inteira como “criação ou poema de Deus” no mundo.