segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Cortejo de Reis na Gafanha da Encarnação





De registar o ar intimidatório
dos soldados romanos

Realizou-se este domingo, dia 10 de Janeiro, mais um cortejo de Reis, cumprindo-se assim a tradição, que perfaz hoje um século.
Com condições meteorológicas adversas, chuva e frio de rachar, nada fez demover dos seus intentos, as inúmeras pessoas que integraram o desfile.
Com paragens em locais estratégicos da nossa vila, o espectáculo iniciou a sua actuação, no extremo sul da Gafanha da Encarnação, com a representação do auto dos reis. Com a sua origem no teatro das moralidades da Idade Média, temos aqui a recriação de cenas bíblicas relacionadas com o acontecimento histórico que acabámos de festejar — o nascimento de Jesus. A Anunciação do Anjo a Maria, a fuga para o Egipto, o temor do rei Herodes perante o nascimento de um rei que o pudesse destronar, etc, foram cenas que os actores amadores dramatizaram perante a audiência fiel de todos os anos.





Ao longo da freguesia foram construídos cenários improvisados, de acordo com os vários passos dos autos, sendo de referir e louvar a cedência de um palco volante, montado sobre o camião que o Sr Fernando Ribau gentilmente facultou para o efeito. Deve fazer-se aqui referência ao extremo labor de tanta gente voluntária que deu do seu precioso tempo para que tudo corresse na perfeição. Entre actores e outros participantes, contabilizaram-se 100 figurantes. Houve muito empenho e dedicação na confecção do guarda-roupa, muito trabalho de pesquisa para recriar, o mais fiel possível, os costumes, trajes, todo o ambiente da época. A caracterização foi tão boa, que a título de gracejo, o Pe Francisco Melo, no seu discurso de agradecimento à comunidade, aludiu ao ar intimidatório dos soldados romanos!



Houve brilhantismo nos adereços dos actores e muito colorido na indumentária das pessoas do povo que integraram o cortejo. E, apesar do frio que se fazia sentir, a adesão foi em massa.
Para encerrar as actividades, foi feito o agradecimento às várias entidades que contribuíram para a realização deste evento, nomeadamente a autarquia, na cedência do palco, à junta de freguesia, ao Pe Francisco Melo e a todos os populares que das mais diversas maneiras contribuíram e/ou integraram o cortejo.
Uma palavra especial para os progenitores do “Menino Jesus”, que emprestaram solenidade e realismo à festa, cedendo o seu bebé, para ficar ali nas palhinhas do presépio, durante a representação.Com todo o frio que estava, só mesmo um ser divino tinha a capacidade de resistir à intempérie!

M.ª Donzília Almeida

10.01.10


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