Inovação e Humanismo
1. Há dias a notícia do último equipamento da mais alta definição de tecnologia da multinacional Google, em dinâmica de constante concorrência com a Apple, podem fazer-nos lembrar as antigas batalhas medievais, estas agora transferidas para os campos da forte inovação de ponta ou mesmo também para o campo de futebol, onde todas as grande cidades gostam de ter os seus grandes clubes representativos. Do mal, o menos; seja a tecnologia inovadora a conquista mais aspirada! Mas as regras deste jogo sedutor e concorrencial precisam de ser continuamente apuradas, quando não os novos instrumentos produzidos estão acima e fora da saudável realidade regulável e mesmo fora de patamares humanos.
2. Neste sentido, vale a pena colocar como grande lema as noções de inovação e Humanismo, como quem sabe que uma sem a outra pode deitar a perder uma e outra. Seja sublinhado que as maravilhosas e essenciais conquistas tecnológicas não são um fim em si mesmas, e se as considerarmos como tal, a certa altura somos dominados e mesmo surpreendidos por elas. Que dizer e como contextualizar toda a inédita proximidade da Humanidade, onde a todo o momento poderemos estar em contacto com gente de toda a parte? Esta nova forma de o mundo viver um tempo global, proporcionada através dos novos mil e um instrumentos, pode ser o “país das maravilhas” e pode ser causa de grandes dramas. Uma preparação para a coexistência com as diferenças de culturas, credos, etnias…continua por fazer.
3. A tecnologia aproxima-nos, e depois de aproximados? Nos dias de início de ano faz-se balanço da 1.ª década do século XXI e efectua-se um relançar de metas para a segunda década. A fascinante velocidade dos acontecimentos na actualidade pode deitar a perder oportunidades se por trás da aproximação global não dermos o justo tempo a conhecer e apreciar a riqueza da Humanidade e da natureza que nos envolve. A isto chama-se o (re)despertar da estruturante questão antropológica: sobre o lugar do «ser humano» num mundo cheio de coisas.