Rua S. Francisco Xavier
O Apóstolo das Índias que todos recordamos
Na Gafanha da Nazaré não podia faltar uma rua dedicada a São Francisco Xavier, o Apóstolo das Índias, como desde criança ouvimos chamar-lhe. Parte do cruzamento das Caçoilas, como é conhecido, perto da igreja matriz, e leva-nos até à Gafanha da Encarnação, ligando as duas freguesias mais antigas da região das Gafanhas.
Ainda sou do tempo em que esta rua era de saibro, cheia de covas, sobretudo no Inverno, provocadas pela água, com a ajuda dos automóveis e camionetas, que sempre foram muitos, fruto do desenvolvimento demográfico, social e económico. Por ela, podemos seguir para as Gafanhas da Encarnação, Carmo, Boa Hora, continuando depois até Mira e outras povoações.
A estrada que liga as duas Gafanhas, da Encarnação e da Nazaré, foi construída, segundo o Padre Rezende, na década de 20 do século passado. Refere o primeiro prior da Gafanha da Encarnação que na sessão da Câmara de Ílhavo, de 21 de Julho de 1928, sob a presidência de Dinis Gomes, foi autorizado o pagamento da despesa com a construção dessa estrada. Mais pagamentos foram autorizados na sessão de 15 de Agosto de 1931, ficando assim “estabelecida a comunicação viária entre as duas freguesias”.
E posto isto, vamos ver um pouco quem foi São Francisco Xavier, um santo que ficou na memória de todos nós e dos indianos, que veneram o seu corpo, sendo actualmente patrono da Arquidiocese de Goa e Damão.
Nasceu no Castelo de Xavier, em Navarra, em 7 de Abril de 1506. Estudou em Paris e torna-se amigo de Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, a que adere.
A pedido do nosso Rei D. João III, que solicitara ao Papa autorização para enviar um grupo de jesuítas para missionar no Oriente, vem para Lisboa. Chega a Goa em 1542, mas em 1546 segue como missionário para as Molucas, Temate, ilha de Moro e Malaca.
Regressa a Goa entre 1547 e 1549, mas ainda vai para o Japão, onde assume hábitos e trajes japoneses, voltando definitivamente para a Índia em 1551. Finalmente, parte para a China no ano seguinte, mas, ao chegar à ilha de Sanchoão, adoece, acabando por morrer em Dezembro de 1552.
Fernando Martins