Sonhamos com um Natal de todos e para todos. Sabemos, porém, que nem sempre estamos abertos e disponíveis para viver e celebrar Natal de encontro com Deus e de compromisso solidário e fraterno com os irmãos na construção do bem comum.
Sonhamos ainda com um Natal que seja fermento de uma cultura da caridade na verdade, unindo e responsabilizando pessoas e povos na alegria de servir e de amar.
Não haverá Natal verdadeiro, aquele de que o mundo precisa, sem Jesus, o Filho de Deus.
Na proximidade do Natal que se avizinha e na azáfama própria destes dias sentimo-nos envolvidos por gestos e sinais, por luzes e cores que nos falam de um mundo mais belo e de um tempo mais feliz.
Nos convites e mensagens que cruzamos interroguemo-nos sobre quem acolhemos e convidamos para viver Natal connosco e sobre quem esquecemos em continuadas celebrações de Natal.
Abram-se as portas do coração e da vida das pessoas, das instituições e das comunidades cristãs para levar o Natal aos que vivem a fé com alegria e encanto e através deles às famílias sem paz, aos lares sem pão, às empresas em dificuldade, às crianças sem amor e aos idosos sem ninguém, fazendo brilhar a estrela do Natal em olhares magoados pelo medo e pela pobreza!
Natal é tempo de tomar o Evangelho à letra e de aí encontrar a frescura de uma vida nova que Jesus nos trouxe.
Natal é oportunidade de nos deixarmos transformar pelos valores, que no Evangelho se inspiram e fazem dos cristãos fermento de uma cultura da caridade na verdade, unindo e responsabilizando pessoas e povos na alegria de servir e de amar.
Natal é ambiente propício para nos deixarmos tocar pelo encanto das palavras ditas com o coração, para vivermos o fascínio do belo que no presépio se desenha e para nos fazermos à estrada por caminhos novos, a exemplo dos Magos regressados de Belém. É este Natal que queremos viver.
O anúncio festivo dos Anjos em Belém quebrou o silêncio da noite para o transformar em momento único de contemplação do Filho de Deus, ali nascido.
Anuncio-vos o Natal de Jesus que não pode ser apenas pão de um só dia em mesas de famílias sem trabalho, sem amor e sem futuro.
Jesus nasceu para habitar no meio de nós, para nos dar a Igreja educadora da nossa fé e fundamento da nossa esperança e para nos responsabilizar na construção de um mundo novo que seja pátria da fraternidade, da justiça e da paz. Sejamos mensageiros deste Natal.
Neste Natal exclamo com renovada alegria: Jesus Cristo: minha fé e minha esperança!
Um santo Natal, vivido na alegria de amar a Deus e servir aqueles que Deus ama!
Aveiro, 15 de Dezembro de 2009
+António Francisco dos Santos,
Bispo de Aveiro