Há erros e erros
1. Todos têm erros, todos temos erros. Claro que há erros e erros. O próprio cientista António Damásio ao falar de «O Erro de Descartes» está a falar não de erros de ortografia mas de abordagens erróneas, descontextualizadas, desfocagens de princípio nas premissas dos pontos de partida que podem conduzir a determinadas conclusões menos verdadeiras. Também, ainda, serão de considerar os erros involuntários e aqueles que são intencionais. Ainda bem que nas sociedades ocidentais é possível conviver publicamente com as diferenças de opinião (e o direito ao erro!). Mas à liberdade de opinião haverá de presidir a delicadeza da prudência e da ética de quem sabe que não basta dizer-se que se é frontal atirando para a frente esta ou aquela ideia, esta ou aquela inverdade provinda de desconhecimento da densidade do que está em causa…
2. A polémica está instalada, mas como hábito daqui a umas semanas tudo volta ao normal. Se ao menos a polémica servisse para uma procurada clarificação, um debate (ao jeito daquele de há breves anos entre D. José Policarpo e Eduardo Prado Coelho) que o vento não leve, um aprofundar da procura da verdade em assuntos tão sérios. Na matéria em causa (religião) e na sociedade mundial actual, para vender mais ainda será facílimo, bastará trazer de modo simplista religiões como o Islamismo. Vale a pena responder alargando o nível da reflexão com pensadores como Eduardo Lourenço, um (quem sabe, merecedor!) futuro prémio Nobel da Literatura. Na sua seriedade sublinha o cuidado a ter em juízos precipitados nestas questões pois que as religiões são a resposta mais profunda da busca de sentido para a vida. O entrar no mundo do simbólico como reflexo do existencial profundo não é, efectivamente, tarefa prática…
3. Como na história da humanidade, no caminho da perfeição, infelizmente as guerras pertencem à viagem humana, estando presentes em alguns textos do AT… Abrindo os olhos da maturidade humana, Deus veio anunciar, dar-se pela paz (Shalom)!