Creoula - 1937
Caríssimo/a:
.
.
1937 - «A Companhia União Fabril, concessionária dos estaleiros da Rocha do Conde de Óbidos, no porto de Lisboa, iniciou em 1937, os trabalhos da construção dos dois primeiros navios de pesca em ferro, fabricados em Portugal. Tendo sido efectuado o lançamento das quilhas no dia 3 de Fevereiro de 1937, foram construídos, lado a lado, dois navios gémeos – CREOULA e SANTA MARIA MANUELA – uma nova classe de navios bacalhoeiros inspirados nas antigas escunas da Nova Escócia. Os trabalhos de construção decorreram em 62 dias úteis e a cerimónia de lançamento à água ocorreu a 10 de Maio de 1937. Após o lançamento, os navios foram mastreados e acabados de aparelhar, tendo o CREOULA sido entregue ao armador em Junho, efectuando a sua primeira campanha de pesca nesse ano.» Creoula, 33-38
.
.
«[...] [O CREOULA e o SANTA MARIA MANUELA] eram navios “gémeos” com 62 metros de comprimento numa deslocação de 1247 t, com uma estrutura reforçada de aço à proa, que permitia a navegação em segurança em mares de gelo, acomodações para 52 homens e todo o equipamento moderno. O CREOULA reunia sadias condições, era uma boa construção e um óptimo veleiro.» Oc45, 111
.
.
«De acordo com a Revista da Marinha, de 19.11.1941, os alojamentos dos lugres CREOULA e SANTA MARIA MANUELA estavam forrados a madeira nas amuradas e anteparas, permitindo um aquecimento a água quente num circuito de tubos de ferro. Os alojamentos dos capitães, oficiais e motoristas situavam-se à ré e possuíam aquecimento central com irradiadores. Estavam ainda munidos de electricidade, TSF, projectores, instalação frigorífica e sonda eléctrica.» Oc45, 119, n. 6
.
.
«...[V]erificando-se que os franceses usavam o sistema de trole desde o início do século XX, com dois pescadores em cada dóri, decidiu-se que também na frota portuguesa deveria ser introduzido tal método, tendo desempenhado o CREOULA o papel de navio pioneiro na concretização desta experiência. Assim, no decurso da sua primeira viagem, em 1937, o CREOULA partiu para a Terra Nova equipado com dóris adaptados a dois homens. Confrontados com a novidade, registou-se por parte dos pescadores uma firme atitude de recusa relativamente à experimentação deste método que, inúteis os dóris empilhados a bordo, tornou-se necessário que o capitão recorresse aos restantes navios da frota bacalhoeira portuguesa na Terra Nova, solicitando o empréstimo de dóris de um só homem, tradicionalmente utilizados pelos nossos pescadores.» Creoula, 19
.
.
«Em 1937, o Ministro da Marinha autorizou a compra de navios de comércio com mais de 10 anos, contados a partir da data do lançamento à água, sob prévio parecer do Conselho Superior da Marinha, enquanto durasse a “situação anormal do mercado de navios e de custo das construções navais”. [in “O Ilhavense”, n.º 1178, 07.11.1937, p. 1]» Oc45, 119 n. 2
.
.
Neste ano de 1937, é constituída a Sociedade Pascoal e Filhos com dois barcos de pesca à linha: RAINHA SANTA e D. DINIS.
.
.
Manuel