segunda-feira, 27 de julho de 2009

Comemorar José Afonso, um imperativo de liberdade

No dia 2 de Agosto, domingo,
pelas 22 horas, no Auditório
do CETA, junto ao canal
de S. Roque, Aveiro

José Afonso nasceu em Aveiro, em 2 de Agosto de 1929. Há oitenta anos! Se o seu nome não é apenas património da nossa cidade, a nós Aveirenses cabe-nos uma responsabilidade maior na evocação e defesa do seu legado de liberdade. Aqui viveu «numa espécie de paraíso». Daqui partiu o «grande trovador moderno», como lhe chamou Manuel Alegre, para unir os «filhos da madrugada» numa roda de utopia, de esperança e alegria, para mobilizar e dar voz a todos os que sonham e lutam no dia-a-dia por um mundo livre, justo e solidário.
Porque uma comemoração é uma comunhão, porque comemorar é lembrar em conjunto, o Grupo Poético de Aveiro (GPA) e o Círculo Experimental de Teatro de Aveiro (CETA) quiseram dar início às comemorações do 80.º aniversário do poeta-cantor de Grândola Vila Morena, em Aveiro, com um espectáculo de poesia e canto capaz de unir todos, novos e velhos, homens e mulheres, em torno da sua obra poético-musical. Comemoração e festa! 
É de festa, de celebração que falamos, não obstante as inúmeras dificuldades e incertezas do presente. Ou até por isso. Celebremos o poeta, o cantor, o compositor, o intérprete de grande sensibilidade que foi José Afonso. Festejemos a «inconfundível qualidade da sua voz». Festejemos José Afonso, o «trovador da inquietação», no dizer de Carlos do Carmo. Celebremos o companheiro, o cidadão, o amigo que veio por bem. Festejemos e demos as mãos em defesa do seu legado, que é feito de ternura e subversão, de liberdade e rebeldia, de contínuo aperfeiçoamento, de inconformismo com as injustiças e opressões dos senhores do mundo, de recusa do dogmatismo e do paternalismo, de desprezo pela intriga e pela inveja. Aproveitemos esta efeméride para conhecer melhor a obra de José Afonso como desafio para nos conhecermos melhor a nós mesmos. 
Ao longo de mais de 30 anos de actividade, José Afonso gravou 28 discos, abarcando vários géneros, do “fado de Coimbra” à “canção popular”, da “balada” à “canção de intervenção”. A obra de José Afonso — em boa medida ainda desconhecida — é referência natural para inúmeras bandas, músicos e escritores de canções dos nossos dias. Todavia, como afirma José Mário Branco, noutro contexto, «este tesouro» «teria sido um grande nome mundial da canção». 

CETA e GPA 
com o apoio da Livraria Buchholz Aveiro

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