domingo, 7 de junho de 2009

Um poço sem fundo?

1. A novela de alguns bancos portugueses afogados pela incúria e pelo interesse único do deus dinheiro continua imparável. Mundos e fundos transferidos para os chamados paraísos fiscais são o reflexo dessa estratégia multiplicadora mas fugidia de um paradigma de economia que, mais ano menos ano, teria de ter o seu próprio fim. Não menos preocupante poderá ser a estratégia da generalização acusatória para com facções políticas, como se o “crime económico” fosse desta ou daquela corrente de pensamento. Esta atitude continua a espelhar que ainda não se aprendeu com a história… De todos os lados do pensamento social e político, infelizmente, poderá existir a suspeita de pertenças ao poço sem fundo, que cresce tanto mais quanto menos a ineficiência justiceira.
2. Do ano 2000 para cá um conjunto de situações, suspeitas de grandes crimes que entroncam na corrupção, têm assolado este paraíso à beira mar plantado. Da sensação de que seriamos um povo pobre mas honrado, passou-se, com meia dúzia de grandes casos envolvendo personalidades mediáticas, a uma nova consciência de que havíamos andado enganados. Não se transfira só a responsabilidade para entidades de estatuto nacional, pois que as obrigações cívicas e éticas nunca podem passar de moda pessoal e social, pelo contrário: vão sendo tanto mais publicadas e defendidas quanto menos agilidade nos sistemas educativos e de justiça parece existir. Também seja sublinhado e interrogado sobre: qual o papel eficiente das entidades de supervisão? O que faltou/falta?
;
3. O prior que pode acontecer será o colocar-se tudo no mesmo saco. Como em tudo, existem papéis diferentes para diferentes actores. O cumprimento das regras do jogo conduz a que é lícito e meritório o procurar a gestão dos rendimentos, o arriscar nas bolsas, o avançar para esta ou aquela entidade bancária que, pressupostamente, cumprirá os requisitos oficiais. Mas, sem ética da confiança tudo se desmorona… Não será?
Alexandre Cruz

Arquivo do blogue

Arquivo do blogue

ETIQUETAS