1. Ninguém duvida que a complexidade da justiça, na sua multiplicidade de organismos e instâncias, nos conduz a uma reflexão que não seja simplista nem superficial. Todos temos a certeza de que uma sociedade que consiga “ter” uma justiça de qualidade garante meio caminho andado para o desejado progresso humano e social. Façamos o exercício de ver a justiça de trás para a frente, das finalidades e dos finalmentes serem redefinidos os meios, de olhar para o que chega diariamente ao cidadão comum com o intuito de reinterpretar as estruturas. É bem verdade que a revolução de comunicação humana que está a acontecer cada dia desafia à reinvenção dos modelos e estruturas sociais que muitas vezes se foram cristalizando no tempo.
2. Talvez a justiça, a par de outras estruturas, seja um destes pilares da sociedade ainda em défice de ajustamento contínuo, também porque não é fácil responder com a agilidade dos dias de hoje na base de procedimentos provindos de outros tempos e ritmos. Aos organismos práticos da justiça pede-se tudo: um tratamento de qualidade em quantidade. Mas para este salto qualitativo poucos envolvimentos e investimentos são reconhecidos e atribuídos. O mesmo se poderá dizer da Escola para que a Educação (para além da Escola) seja outro baluarte seguro, sempre em aperfeiçoamento, para que das experiências realizadas se elaborem as sínteses que permitem avançar…e nada caia em saco roto quando tudo o vento leva. Não nos referimos meramente a técnicas ou tecnologias; talvez o segredo seja outro: um Humanismo estimulante.
3. O exagerado e desordenado “barulho” que implode o reino da justiça na sociedade democrática, a par da desordenança subjacente que impede os consensos mínimos razoáveis para se seguir em frente, comprovam-nos a existência do défice de humanismo de sentido de bem comum. Até porque o segredo de toda a Paz não reside no tratado assinado em papéis mas carece de um pouco de boa vontade… Isto!
Alexandre Cruz