Favor
Olhando-me ao espelho, devagar,
Vejo as marcas que o tempo foi deixando
Nas rugas que me cercam o olhar brando
Lavado por um pranto por chorar.
Vejo-me de alma aberta, par em par,
E ressaltam desse ar tão venerando,
Alegrias compradas, contrabando,
Quem, por feliz, se quer fazer passar.
Vida, que és repetido recomeço,
Concede-me um favor que não mereço,
E eu te entrego o meu ser hipotecado.
Tomando a esperança por esteio,
Neste mudar de vida o mais que anseio
É viver sem os erros do passado.
Domingos Cardoso
Parabéns Cardoso. É muito bonito e cheio de conteúdo este teu poema.
ResponderEliminarUm abraço
JM
Quanto mais me embrenho na leitura dos teus poemas, mais profundidade lhes encontro e mais mestria lhes descubro! Só gostava de saber, aonde foste buscar esse tão grande dom de manipular as palavras! Tens um grande dom, Domingos! Ah, pois é! Já nasceste com ele! A mim, puseram-mo...imperfeito.....Don....
ResponderEliminarDA