quinta-feira, 23 de abril de 2009

Dias de Propaganda

1. A propaganda está a sair à rua. Este ano, por todas as conjunturas, tanto sociais como eleitorais, será ano (daqui em diante) repleto de slogans e pensamentos políticos, uns mais brandos outros mais fortes. Parece que a cada dia que passa a crispação típica que tanto fragmenta os possíveis consensos se vai avolumando. Diz-se mesmo que para os lados lisboetas do marquês de Pombal, cenário e personalidade propícios a grandes mensagens, a propaganda eleitoral ocupa o espaço das divulgações habituais das festas de Lisboa. Não se sabendo até onde haverá lugar para todos, o que parece certo é que o local das festas parece ficar comprometido. Em todos os escaparates se vai gizando e aplicando o cartaz no melhor espaço, naquele sítio em que quem passa tem mesmo que dar “de caras” com o candidato “x” ou “y”. 2. E o entusiasmo será tanto e tão grande que, a certa altura, a campanha e os seus materiais de divulgação – grande investimento neste ano de três eleições – vai mesmo avançando para territórios para além do espaço público. Este gosto da liberdade de partilhar a mensagem (im)pondo o slogan e a figura a todos é a nova estrada que se fortalece pelo marketing, enquanto se parece continuar a correr o perigo de empobrecer no conteúdo. É verdade que a ansiedade é um dado humano e transversal a todos os quadrantes da vida em sociedade, e que, por vezes, poderá ser mesmo difícil manter a serenidade e elegância na postura… Mas tem-se assistido a patamares de linguagem e irritação que deitam a perder toda a escola de virtudes e de bom gosto e senso nas coisas da “causa pública”. 3. Os portugueses esperam (?), como hábito (!), destas fases das campanhas esclarecimentos claros, aprofundados, com pausas para nos ouvirmos, com oportunidades de reconhecimento do bem feito, com realismo e humilde maturidade de autocrítica para saber-se que se errou aqui ou ali. Tão diferente do ruído turbo e não clarividente que parece insistir em nos acompanhar. E depois, quem arruma os cartazes? Alexandre Cruz

2 comentários:

  1. Para o meu querido professor Fernando neste Dia Mundial do Livro
    um trecho de um dos meus autores preferidos

    "Esta manhã, antes do alvorecer, subi numa colina para admirar o céu povoado,
    E disse à minha alma: Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?
    E minha alma disse: Não, uma vez alcançados esses mundos prosseguiremos no caminho."

    Walt Whitman

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  2. Obrigado, Maria, pelo poema que me enviaste...
    Eu por cá vou caminhando, com a poesia sempre por perto. E se não posso navegar, vou imaginando a beleza de sulcar o mar!

    Cumprimento muito amigos

    Fernando Martins

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