Tanto se tem escrito sobre este dia, tanto se tem discutido, que eu acho, na minha modesta opinião, que não precisamos de nenhum dia especial do calendário, para nos sentirmos MULHERES! O nosso protagonismo social, político, familiar é por demais evidente, que dispensaria a "caridade" dos homens, para que nos sintamos reconhecidas no nosso esforço, no nosso sacrifício, na nossa abnegação.
Falo por mim e por tantas mulheres sem voz, que todos os dias dão à sociedade e ao mundo, a prova do seu precioso contributo, para uma vida harmoniosa, equitativa, de qualidade.
Nunca me arroguei o direito de lutar pela igualdade, já que esta, a conquistar-se, seria pela participação activa nos problemas concretos e não pelo enfileirar em demonstrações mais ou menos glamourosas de espectacularidade.
Igualdade? Nunca a desejei! Os homens são aquelas criaturas maravilhosas de que as mulheres tanto gostam! Para quê manifestar o contrário? Equiparação de direitos, de benefícios, de reconhecimento social e político, isso sim! Igualdade, para mim, seria monotonia! Nunca pretendi ser igual aos homens! Na diversidade e na diferença é que está a riqueza, a harmonia! É muito mais interessante o convívio entre seres diferentes, com a s suas especificidades, do que tudo igualzinho, como algumas feministas apregoam.
Reportando-me aos meus tempos de estudante, na Lusa Atenas, em que completava a minha formação académica, evoco aquela socióloga americana, de seu nome Ângela Gillian, (a minha memória ainda não foi para a reciclagem!).
Comemorava-se, nesse ano da Graça de 1977, de forma ruidosa, o Bicentennial americano, com pompa e circunstância, como é próprio da sociedade americana. Era uma jovem nação, com apenas dois séculos de história, comparada com a longevidade dos nossos oito séculos, mas que já se tinha imposto ao mundo.
A minha atracção por esta sociedade fez-me optar por uma licenciatura, na vertente Norte-Americana, quiçá por algum mecanismo secreto de gratidão a alguém!
Recordo a forma inflamada, como a Professor nos falava dos movimentos sociais dos Estados Unidos, aquele melting pot, tão instável quanto fomentador de rebelião social!
E... no meio da exposição dos assuntos da cadeira "História das Ideias e da cultura na América", tomámos conhecimento, entre outras coisas, dos movimentos de luta pela igualdade das mulheres na sociedade americana. E eu... que não quero a igualdade!!!
Foram tão longe nos seus objectivos igualitários, que não sei se a sério se a brincar, nos foi transmitido o seu propósito de mudar o nome à História!
Dito em Língua Inglesa, tem realmente efeitos "especiais"!
As mulheres americanas pretenderam que a History, se passasse a chamar Herstory!
Só para finalizar, e porque a referida Professor era mulata, deve estar a regozijar-se com a eleição deste jovem e "colorido" presidente afro-americano, de seu nome Barak Obama!
Devo dizer que também nutro grande simpatia por ele... apesar de ser homem, de cor, mais tudo o resto que as feministas querem "abater"!!!
M.ª Donzília Almeida
06.03.09