MÉTODOS
Caríssima/o:
E como se ensinava nos idos de quarenta e de cinquenta dos últimos século e milénio, com todas as limitações com que se deparavam professores e alunos? Ou melhor: como aprendíamos?
Logo à partida, a voz do professor e o quadro.
Tudo o professor explicava, exemplificava, demonstrava com a voz; se fosse caso disso e oportuno, um esquema ou desenho no quadro.
Depois o aluno lia, relia, praticava, memorizava: a aprendizagem seria tanto melhor quanto mais se aproximasse do modelo apresentado pelo professor.
A base experimental fornecia-no-la a vida em família e no campo, onde já tinha sido observado e experienciado muito do que era lido e decorado. As crianças então passavam os seus tempos livres em contacto directo com a natureza – nas sementeiras e nas colheitas, a cuidar dos animais ( desde a alimentação, ao fazer da cama, o colher dos ovos, o mungir as vacas e as ovelhas, a matança do porco...). Também as compras na loja, com os respectivos pagamentos e trocos, eram tarefas dos pequenos – e ai se faltava um tostão!
Apregoa-se que todo o ensino tinha por base a memória e que o trabalho do aluno se baseava na repetição. Porém, pelo que fica dito acima, dá ideia de que não seria bem assim... Mesmo aceitando esse apriorismo, não podemos esquecer o treino da vontade, da disciplina e do trabalho... Veremos mais tarde que, adquiridas as noções básicas (tabuadas, conjugações dos verbos, ...) e as automatizações, muito se treinava o cálculo mental e se apelava à inteligência na resolução de problemas aritméticos (que aprenderíamos depois a resolver nas regras de três simples, nas equações e nos sistemas de duas equações).
Chegando a altura de fazer um estudo comparativo de metodologias e processologias, bom será que se equacionem todas as premissas e componentes, partindo do aluno, passando pelo professor e indo até ao social e enquadramento natural.
Manuel