Faz hoje anos que Portugal e Castela assinaram o Tratado de Tordesilhas. Para os que não sabem o que isso foi, eu adianto que, em 1494, precisamente no dia 7 de Junho, o mundo descoberto ou por descobrir foi entregue a duas potências da época. O apoio para esse acordo veio da Santa Sé, que era, na altura, quem aprovava estas decisões políticas.
O Tratado de Tordesilhas dizia que uma linha traçada, de pólo a pólo, 370 léguas a poente das ilhas de Cabo Verde, definia que, tudo o que ficasse a nascente dessa mesma linha, seria do rei de Portugal e de todos os seus sucessores, para todo o sempre. A outra parte do mundo ficaria para Castela.
Este tratado diz bem da grandeza e do prestígio das duas potências. Portugal deixou há muito o topo do mundo e caiu numa crise que os portugueses saberão ultrapassar. Sem nunca mais, no entanto, poderem aspirar à posição hegemónica que há mais de meio milénio protagonizaram no mundo conhecido ou por conhecer. Pese, embora, muitos ainda sonharem com o 5.º Império.