1. Deixar-se ajudar quando se está em situações difíceis é sinal de grandeza de humanidade. Quem se considera omnipotente não se conhece a si mesmo… Há duas semanas um ciclone (de nome Nargis) varreu a antiga Birmânia. Os números, que sempre acompanham as tragédias, são galupantes, apontando algumas previsões para mais de cem mil pessoas que padeceram, sendo alguns milhões (não se sabe) os desalojados. Dias depois deste trágico acontecimento ocorreu na China um sismo que fez subir os números da urgência humanitária para com os povos asiáticos. Há quem se apresse a comparar a catástrofe com o Tsunami de Dezembro de 2004. Ainda assim, todavia, se na China parece resultar a cooperação solícita para com a multidão vitimizada, já na Birmânia a ingerência humanitária parece ser a palavra de ordem.
2. O próprio Secretário-Geral nas Nações Unidas, Ban Ki-Moon tem-se confessado de mãos atadas, não só diante da tragédia natural ciclónica mas essencialmente da tragédia humana, quer da multidão de desalojados e fundamentalmente da rejeição de ajuda internacional por parte dos poderes birmaneses. Estes estão agora concentrados numa Junta Militar que anunciou pomposamente a vitória dos resultados do referendo da nova Constituição (aprovada por 92 por cento dos eleitores). Sublinhe-se que este referendo foi mesmo realizado («imposto»), quase manifestando indiferença para com as populações afectadas pelo ciclone devastador. Resultados? O porta-voz da Liga Nacional para a Democracia diz que o «resultado é completamente falso», tendo os militares forçado as populações a dizerem sim…
3. Vale a pena acompanhar as ideias de Fernando Nobre (Assistência Médica Internacional) que, em 24 anos de actividade, viu pela primeira vez ser recusada a ajuda da AMI. Da sua voz vinda do terreno concreto, sente Fernando Nobre que se trata de uma recusa da entrada do Ocidente nas terras birmanesas. Refere o presidente da AMI que isto «é o resultado do sentimento de repulsa que existe por parte de certas regiões do mundo, que não querem o Ocidente a intrometer-se». Depois de todos estes impasses e sendo cada hora determinante, esta semana o Secretário-Geral da ONU vai entrar mesmo na Birmânia, para discutir com a Junta Militar a questão da ajuda internacional, sem restrições, às vítimas do ciclone.
4. Diante da ingerência (segundo a agência LUSA de última hora, diz-se que o número já subiu para mais de 133 mil mortos), na urgência de cada momento, diz Fernando Nobre: «penso que a única forma de ajudar por agora seja através da Igreja Católica» (Lusa – 19 de Maio), tendo para o efeito já transferido verba solidária para o arcebispo de Rangum. Entidades transnacionais como a ONU, a Igreja, entre outras… poderão ser a tábua de socorro para uma contagem de tempo que, daqueles lados do mundo, tem no sofrimento os seus ponteiros velozes. Quem dera o relógio humano universal fosse capaz de outras contagens mais abertas e sempre mais solícitas. Em cada pessoa que sofre, sofre toda a Humanidade. Abram-se as portas da Birmânia!
2. O próprio Secretário-Geral nas Nações Unidas, Ban Ki-Moon tem-se confessado de mãos atadas, não só diante da tragédia natural ciclónica mas essencialmente da tragédia humana, quer da multidão de desalojados e fundamentalmente da rejeição de ajuda internacional por parte dos poderes birmaneses. Estes estão agora concentrados numa Junta Militar que anunciou pomposamente a vitória dos resultados do referendo da nova Constituição (aprovada por 92 por cento dos eleitores). Sublinhe-se que este referendo foi mesmo realizado («imposto»), quase manifestando indiferença para com as populações afectadas pelo ciclone devastador. Resultados? O porta-voz da Liga Nacional para a Democracia diz que o «resultado é completamente falso», tendo os militares forçado as populações a dizerem sim…
3. Vale a pena acompanhar as ideias de Fernando Nobre (Assistência Médica Internacional) que, em 24 anos de actividade, viu pela primeira vez ser recusada a ajuda da AMI. Da sua voz vinda do terreno concreto, sente Fernando Nobre que se trata de uma recusa da entrada do Ocidente nas terras birmanesas. Refere o presidente da AMI que isto «é o resultado do sentimento de repulsa que existe por parte de certas regiões do mundo, que não querem o Ocidente a intrometer-se». Depois de todos estes impasses e sendo cada hora determinante, esta semana o Secretário-Geral da ONU vai entrar mesmo na Birmânia, para discutir com a Junta Militar a questão da ajuda internacional, sem restrições, às vítimas do ciclone.
4. Diante da ingerência (segundo a agência LUSA de última hora, diz-se que o número já subiu para mais de 133 mil mortos), na urgência de cada momento, diz Fernando Nobre: «penso que a única forma de ajudar por agora seja através da Igreja Católica» (Lusa – 19 de Maio), tendo para o efeito já transferido verba solidária para o arcebispo de Rangum. Entidades transnacionais como a ONU, a Igreja, entre outras… poderão ser a tábua de socorro para uma contagem de tempo que, daqueles lados do mundo, tem no sofrimento os seus ponteiros velozes. Quem dera o relógio humano universal fosse capaz de outras contagens mais abertas e sempre mais solícitas. Em cada pessoa que sofre, sofre toda a Humanidade. Abram-se as portas da Birmânia!