A CNIS, Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, convocou as IPSS de todo o país para um Plenário, esta Sexta-feira, às 15 horas, no Grande Auditório do Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima.
O encontro serve para aprovar formas de pressão ao governo para que respeite o ATL, Actividades de Tempos Livres, das mais de mil e duzentas instituições com essa valência.
Quem conhece o mundo da solidariedade social do nosso país sabe bem que as grandes e principais respostas aos problemas das famílias e pessoas foram dadas pela sociedade civil, concretamente, pelas Misericórdias e IPSS. O Estado, incapaz de fazer esse serviço, por ser uma entidade sem alma nem sentimentos, foi-se adaptando a essa realidade, passando a contribuir com comparticipações, mediante acordos, com as instituições. Estas, naturalmente, criaram espaços, contrataram pessoal e assim se tornaram agentes indispensáveis nas respostas sociais que ao longo dos tempos foram emergindo nas comunidades.
Quer agora o Governo, a todo o custo, assumir esse papel, quando se sabe que não é capaz de ser a entidade próxima das pessoas. Não tem espírito solidário nem caritativo, porque nunca o cultivou. Sempre foi pregando, politicamente falando, de justiça social, mas não passou daí. A justiça é, de facto, importantíssima, mas não é suficiente. De qualquer forma, será bom que passe a ter essas preocupações.
Porém, uma coisa é certa: o Estado não pode esquecer as instituições que nunca viraram a cara às dificuldades e necessidades das pessoas e famílias. As instituições investiram em edifícios e em pessoal, criaram escolas de bem-fazer, educaram as pessoas para a solidariedade. Agora o Governo não pode dar-lhes um pontapé, como quem pretende atirar para longe quem sempre serviu. Mas se teimar nessa bizarra atitude, então que assuma, em plenitude, todos os custos sociais, económicos e políticos. E depois o povo julgará, se não tiver memória curta.
Estou, obviamente, ao lado da CNIS, em luta pela justiça para com as instituições de solidariedade social.
FM