segunda-feira, 12 de maio de 2008

DEVOÇÕES

Santuário de Fátima

Santuário de Santa Maria de Vagos

Santa Joana Princesa

Hoje, na região de Aveiro, convergem três devoções de grande significado para os católicos. Para os ditos praticantes e para os que gostam de se classificar como não praticantes. Ainda não percebi bem o porquê desta dicotomia, mas que ela existe, em conversas, lá isso existe. As três devoções a que me refiro são as celebrações do dia da Padroeira da cidade e diocese de Aveiro, Santa Joana, de Santa Maria de Vagos e de Nossa Senhora de Fátima. Nestes dois últimos casos, são as festas em honra da mesma Senhora. No primeiro, trata-se da beata Princesa Joana, cuja memória o povo de Aveiro gosta de manter viva no coração e na vida.
Para Fátima, a esta hora, ainda caminham, decerto, intermináveis filas de peregrinos, de todos os recantos de Portugal e do Mundo, em busca de um olhar materno da Mãe de Deus e nossa Mãe, de tantas alegrias e dores. Se calhar, mais das dores. Para Vagos, para o santuário que vem dos tempos do Rei Sancho, há tantos séculos, peregrinam os de Cantanhede, mas também os de toda esta região, para quem, a segunda-feira depois do Pentecostes, é dia de romaria, com promessas a cumprir e orações de súplica. Mais fervorosas, talvez, em épocas de fomes, de doenças, de necessidade do espiritual, que, com o trabalho e com as canseiras, fica um pouco esquecido, acabando, normalmente, por vir à tona, mais tarde ou mais cedo.
Com Santa Joana temos outra grande devoção, que se estende, curiosamente, a crentes e não crentes. Pelos meus diversos contactos com o povo aveirense, tenho constatado que a nossa Princesa está no coração de todos. Não há, presentemente, as romarias tradicionais, mas há um culto sentido pelas pessoas e partilhado por artistas de todos os quadrantes estéticos. Escreve-se continuamente sobre a padroeira da cidade e diocese. Ela consegue estar em todos os lados: na poesia, na história, nos discursos dos políticos, nas ruas, nas associações e grupos cívicos, nos estabelecimentos, nas ruas e praças, nas irmandades, nas paróquias… E não é tradição que os romeiros de Santiago por aqui passavam, a caminho de Compostela, unicamente para visitarem o túmulo da filha de D. Afonso V?
A quantos hoje e amanhã peregrinam à Nossa Senhora de Fátima e à Senhora de Vagos, a quantos em Aveiro participam nas festas de Santa Joana e se abeiram do seu túmulo ou participam na procissão e demais cerimónias, a quantos alimentam por estas formas a sua fé e a quantos apreciam a fé dos outros, os meus votos de que passem estes dias com alegria e paz.

FM

Sem comentários:

Enviar um comentário