O ministro da Economia, Manuel Pinho, considerou, ontem, dia 19 de Maio, "muito preocupante" o aumento dos preços dos combustíveis e garantiu aguardar o estudo pedido à Autoridade da Concorrência para ter a certeza de que "não existem factores anormais" a empolá-los.
"A situação é muito preocupante, porque tem impacto sobre o poder de compra das famílias e sobre a vida das empresas", reconheceu o ministro, quando questionado pelos jornalistas sobre as subidas nos preços dos combustíveis.
Manuel Pinho falava em Aljustrel, distrito de Beja, após a cerimónia, presidida pelo primeiro-ministro, José Sócrates, que assinalou o arranque simbólico da produção comercial do complexo mineiro daquela vila alentejana.
Apesar de frisar que o preço dos combustíveis é um factor que "ultrapassa" o Governo, o ministro da Economia lembrou que, no que respeita ao executivo, já foi pedido à Autoridade da Concorrência para fazer, "com urgência", um "diagnóstico" sobre a situação. Nesse estudo, acrescentou, serão analisados "todos os factores que, eventualmente, possam estar a travar a concorrência no sector e, com isso, empolar artificialmente o aumento de preços dos combustíveis".
À noite, do mesmo dia, quem teve a possibilidade de ver o programa “Prós e Contras”, na RTP1, ouviu alguns dos presentes no debate dizer que o ministro da Economia recebe, pelo menos, trimestralmente, um relatório da Autoridade da Concorrência sobre o preço dos combustíveis, em Portugal, pelo que está perfeitamente dentro deste assunto, desde sempre.
A ser assim, o que espera o Dr. Manuel Pinho? Milagres? Parece, isso sim, que estamos perante mais um estudo encomendado para ir iludindo os portugueses.
Independentemente das subidas do preço do barril de petróleo, Portugal não tem infra-estruturas que permitam um mercado eficiente e uma concorrência autêntica, o que acaba por penalizar, ainda mais, os consumidores portugueses, ao que se acrescenta, o valor do IVA e do Imposto Sobre Combustíveis (ISP) praticados em Portugal.
À custa de tudo isto, vamos ficando a saber, cada vez melhor, das inúmeras fragilidades que o país tem, praticamente em todos os sectores, e o petrolífero, infelizmente, não foge à regra geral. É preciso fazer muito mais do que pedir estudos à AdC, e o ministro Manuel Pinho sabe disso, perfeitamente.
Vítor Amorim